A surreal ideia do prefeito Eduardo Hagge de criar uma SubPrefeitura no Distrito de Bandeira

A surreal ideia do prefeito Eduardo Hagge de criar uma SubPrefeitura no Distrito de Bandeira

Vereadores acreditam que proposta do prefeito de Itapetinga sobre subprefeitura em Bandeira do Colônia servira de cabide de emprego para aliados da gestão.

A surreal ideia do prefeito Eduardo Hagge de criar uma SubPrefeitura no Distrito de Bandeira
Opositores a ideia de implantação de subprefeitura em Bandeira do Colônia afirmam que o município não tem orçamento para um projeto de descentralização administrativa.

 

Está sendo elaborada nos gabinetes da Prefeitura de Itapetinga uma ampla reforma administrativa do novo governo municipal, Eduardo Hagge (MDB). No pacotão de mudança, a insistência da criação de uma Subprefeitura e o cargo de subprefeito no Distrito de Bandeira do Colônia. O projeto do Executivo terá que passar pelo plenário da Câmara de Vereadores.

A proposta de Eduardo Hagge que mal saiu do papel, gera polêmica nos bastidores da política, onde é tratada com descrença e muita especulação a implantação de subprefeitura em uma cidade de menos de 70 mil habitantes.

A ideia de subprefeituras em cidades do Brasil foi uma criação da administração municipal petista Marta Súplice em 2002, a proposta é de descentralização da Prefeitura de São Paulo para melhorar eficiência administrativa com ações rápidas ao dividi-la em regiões em uma das maiores cidades do planeta com milhões de habitantes. E uma das regiões com subprefeitura com menor número de habitantes na capital paulistana registra 180 mil moradores. 

A implantação de subprefeituras deu tão certo que todas as capitais do Brasil adotaram o modelo paulistano, inclusive Salvador, na Bahia.

Mas em Itapetinga, a proposta de subprefeitura em Bandeira do Colônia e ter o primeiro subprefeito na cidade é lançada ao vento em um processo do vai que cola do poder executivo em uma localidade de menos de 3 mil habitantes.

O projeto de levar uma subprefeitura para um distrito pequeno gera resistência na Câmara de Itapetinga por fatores políticos e econômicos. Um deles é que o subprefeito seria o atual administrador distrital, ex-vereador Gegê do Sindicato (PSB), e outro, por ser desnecessário devido ao alto custo de sua implantação e manutenção em uma localidade com sérios problemas estruturais.

Para alguns vereadores, o prefeito Eduardo Hagge planeja uma estrutura que o município não comporta, além de comprar uma polêmica gratuita para agradar pessoas próximas em um projeto que mais será um cabide de emprego que uma subprefeitura. Com uma crise política instalada na Câmara de Vereadores, o prefeito, hoje, não tem maioria para aprovar a reforma administrativa, que dirá uma subprefeitura em Bandeira.

Sem maioria na Câmara, Eduardo Hagge tem presidente, mas não tem votos para aprovar Reforma Administrativa
Sem maioria na Câmara, Eduardo Hagge tem presidente, mas não tem votos para aprovar Reforma Administrativa (VEJA AQUI)

E um especialista na área de urbanização de Salvador consultado pelo IDenuncias concorda com vereadores resistentes à ideia de subprefeitura em Itapetinga:

“Essa suposta proposta de Itapetinga não faz sentido por não trazer nenhum benefício e por exigir um alto custo na sua implantação em um município de orçamento medíocres comparados às grandes cidades do Brasil que implantaram esse modelo. O zoneamento da cidade de Itapetinga já demonstra a desnecessária implantação de uma subprefeitura em um município de porte pequeno para esse modelo de administração. Eu vejo um orçamento deficitário numa cidade com indústria, que gera uma arrecadação própria muito baixa para uma cidade de padrão médio para a Bahia. A implantação de uma subprefeitura me parece mais uma ação política do que administrativa. Vai ser dinheiro jogado fora se seguir em frente. É melhor gastar o dinheiro público com obras estruturais na localidade do que perder tempo com esse modelo de descentralização.” Afirma, em reserva, um respeitado especialista urbano da capital baiana.

A consulta feita ao urbanista soteropolitano é fundamentada em uma linguagem técnica. A redenção do site teve que simplificar e resumir a opinião do especialista.