Vereador Daniel Lacerda pode trocar de partido sem perder mandato após fusão do Podemos com PSDB

Decisão do TSE assegura a parlamentares filiados ao Podemos o direito de migrarem para outras legendas sem penalidades após fusão com PSDB.

Vereador Daniel Lacerda pode trocar de partido sem perder mandato após fusão do Podemos com PSDB
Vereador de Itapetinga Daniel Lacerda do Podemos.

O vereador de Itapetinga Daniel Lacerda (Podemos) está liberado para mudar de legenda sem risco de perder o mandato por infidelidade partidária. A decisão se deve à fusão entre Podemos e PSDB, e ao ser chancelado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o parlamentar estará livre das amarras que o prende no partido.

Segundo entendimento dos ministros do TSE – Tribunal Superior Eleitoral: “A fusão de dois ou mais partidos políticos submete seus filiados a uma mudança substancial de programa partidário, visto que a orientação e o estatuto originais das legendas pelas quais se elegeram não mais existem. Com isso, há justa causa para desfiliação sem a perda do mandato.”

Com isso, o vereador Lacerda esta livre para voar, ou, aterrissar em uma outra legenda municipal que o convém. Como também, ficar sem partido até decidir que melhor caminho para disputar a reeleição em 2028.

Eleito em 2024 com 752 votos, Lacerda agora pode migrar para outra agremiação municipal ou ficar sem partido até definir sua estratégia para a disputa de reeleição em 2028. O Podemos recebeu 3.051 votos [7,95% dos válidos] na última eleição municipal.

Opinião

O vereador Daniel Lacerda foi eleito pela oposição em 2024, agora se alinha ao prefeito Eduardo Hagge (MDB) justamente o adversário que combateu na campanha eleitoral. A guinada do parlamentar, de oposicionista a governista, pode ter desgastado sua base eleitoral, gerando insatisfação entre eleitores que apostaram em um discurso de confronto ao Executivo municipal.

Com a fusão entre Podemos e PSDB, Lacerda tem uma brecha para recalibrar sua estratégia política sem perder o mandato. A janela de oportunidade, porém, não resolve seu dilema essencial: como conciliar a nova filiação partidária com a lealdade dos 752 eleitores que o levaram à Câmara Municipal.

Se a migração para o campo governista facilitará sua atuação legislativa, também o expõe ao risco de ser visto como "traidor" por parte do eleitorado. Resta saber se, diante da crise de identidade política, o vereador optará por uma reaproximação com as bases ou seguirá apostando no pragmatismo como moeda de sobrevivência.