Vereadores que atacaram Rodrigo para bajular Zezé estão tensos com reaproximação dos Hagge

Aliados que queimaram Rodrigo Hagge agora temem represálias e perda de espaço. Reaproximação entre os prefeitos muda jogo no poder.

Vereadores que atacaram Rodrigo para bajular Zezé estão tensos com reaproximação dos Hagge
Vereadores de Itapetinga que apostaram no conflito entre os Hagge temem represália da Prefeitura paz selada entre Eduardo e Rodrigo Hagge.

A tensão que dominou a Casa dos Hagge nos últimos meses parece chegar ao fim. O reencontro entre os prefeitos Eduardo Hagge, atual chefe do Executivo, e Rodrigo Hagge, seu antecessor e ultimamente rival familiar, na quarta-feira (30/04), no gabinete municipal, selou uma trégua celebrada pela matriarca Iracema Hagge. Mas a reconciliação, aplaudida pelo clã, não é compartilhado com o mesmo entusiasmo entre vereadores que lucraram com a crise.

Um grupo de parlamentares aliados à gestão Gabiraba 3 apostou no conflito entre os Hagge como moeda de troca por cargos e vantagens. A jogada dependia do apoio de Zezé Hagge, então primeira-dama com influência decisiva na administração, tão poderosa quanto o marido. Vereadores como Tiquinho Nogueira (PSD), Sibele Nery (PT), Daniel Lacerda (PODE) e Sol dos Animais (Solid) exageraram nos elogios a Zezé enquanto atacavam Rodrigo nos bastidores.

Do outro lado, governistas como Manu Brandão (MDB), Neto Ferraz (PDT), Pastor Jean Doriel (PL), Anderson da Nova (UB) e o presidente da Câmara, Luciano Almeida (MDB), também alimentaram o caos para extrair benefícios.

Prefeitos juntos de novo: Eduardo Hagge e Rodrigo Hagge reatam laços familiares após brigas
Prefeitos juntos de novo: Eduardo Hagge e Rodrigo Hagge reatam laços familiares após brigas (VEJA AQUI)

A traição que derrubou Zezé Hagge do posto de primeira-dama de Itapetinga não só abalou o casamento com o prefeito Eduardo Hagge, mas também redefiniu articulação interna do grupo governista. Afastada da administração municipal após o escândalo, ela deixa de ser peça-chave nas intrigas que dividiam os Hagge e a reaproximação entre o prefeito e seu antecessor, Rodrigo Hagge, agora é real. Isso incomoda os vereadores que não tiveram qualquer acanho de serem taxados de “judas traidores” ao deferirem ataques verbais no ex-prefeito.

Sem a influência de Zezé, que por meses atuou como chefona do poder na Prefeitura, os dois políticos do clã Hagge encontraram terreno comum. Fontes próximas ao Executivo afirmam que Rodrigo, antes alvo de ataques de alguns parlamentares da base aliada, já é tratado como conselheiro informal, um movimento que desconcerta vereadores que lucravam com a discórdia.

Enquanto Eduardo Hagge busca recompor sua imagem após o constrangimento público, Rodrigo surge como aliado estratégico para frear a crescente impopularidade do governo. Mas a trégua entre os Hagge não significa paz na Câmara: aliados que antes bajulavam Zezé agora correm para se reposicionar, temendo perder espaço no novo arranjo de poder. A volta do ex-prefeito enterra a tática de "malhar Rodrigo para o ex-casal" e coloca os vereadores em alerta total.

Agora, quem apostou em facadas nas costas teme perder glamorosos espaços, nesse caso, cargos na Prefeitura. A paz dos Hagge, afinal, pode ser o início de uma nova guerra política por sobrevivência de Vereadores que optaram pelo jogo duplo.