500 mil mortos e manifestações crescentes contra Bolsonaro silencia seguidores nas redes

500 mil mortos e manifestações crescentes contra Bolsonaro silencia seguidores nas redes

Meio milhão de mortos na pandemia e manifestações contra Bolsonaro em todos país levam o bolsnarismo a silenciar nas redes sociais.

500 mil mortos e manifestações crescentes contra Bolsonaro silencia seguidores nas redes
Segunda manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista em São Paulo.


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), aprendeu da pior maneira, a terceira Lei de Newton que ‘toda ação tem uma reação’. E a reação veio, no mesmo dia em que o Brasil chega a meio milhão de mortos, e no justo dia em que ocorre nova manifestação contra Bolsonaro. É a segunda em três semanas depois de um ano inteiro em que as ruas pertenceram exclusivamente aos bolsonaristas que aproveitaram o temor das pessoas de serem vítimas do vírus para saírem às ruas em atos antidemocráticos que pedia a volta da ditadura com o presidente no poder.

As principais manchetes do noticiário brasileiro, por volta das 14 horas do sábado (19), quando o consórcio de imprensa divulgou que o Brasil chegou à marca de meio milhão de mortos na crise sanitária. Pouco após as 16 horas, Bolsonaro publicou o vídeo em suas redes sociais ignorando as vítimas da covid e enaltecendo os policiais militares empenhado na captura do ‘serial killer’ Lázaro.

Para muitos políticos, por trás do enaltecer do presidente para com os policias, seria um possível recado de reação de PMs contra as manifestações do sábado, que levaram milhares as ruas em todo país. Só que as reações não vieram, os governadores de todos os estados emitiram ofícios aos comandantes das policiais militares, requisitando que ação como a de Pernambuco não se repetisse.

Redutor do bolsonarismo, Rio de Janeiro é tomado por manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro em uma ato histórica na avenida Barão do Rio Branco no Centro da cidade do Rio de Janeiro. 


A primeira reação à manifestação que tomaram as ruas do país, veio do Ministro da propaganda de Bolsonaro, Fabio Farias que usou as redes sociais não para prestar solidariedade aos familiares e vítimas, mas para criticar "políticos, artistas e jornalistas" que lamentam pelas vidas perdidas no País em razão da pandemia. Ao dizer que essas pessoas "torcem pelo vírus", o ministro fez uma espécie de cobrança pela divulgação de dados sobre doses de vacinas já aplicadas e do número de pessoas recuperadas da covid-19. Fabio se esquece de que o mundo calcula a imunização não por doses aplicadas, mas por população. No Brasil, há pouco mais de 11% de pessoas completamente imunizadas. 

Manifestação contra Bolsonaro em Recife. Governador de Pernambuco Paulo Câmara determinou que a policia Militar mantivesse distância dos manifestantes para que cenas de violência policial como do último protesto voltasse a se repetir.  

E o sábado definitivamente não foi um bom dia para o bolsonarismo, que esperava reação da tropa de choque do presidente para dá inicio ao compartilhamento de fake news nas redes sociais contra os atos. Mas as tropas se limitaram a ironizar as manifestações. Como o presidente Jair Bolsonaro que quis ironizar a quantidade de manifestantes ao publicar um vídeo em que poucas pessoas, aparentemente debaixo de chuva, aparecem andando com uma faixa contra o presidente. Segundo Bolsonaro, trata-se de uma manifestação em Paranaguá, no Paraná. Ele escreveu na legenda: "manifestação contra Bolsonaro fecha rua e paralisa o centro de Paranaguá/PR".

 

A ironia do presidente as manifestações contra ele, levou seus filhos a fazerem o mesmo nas redes sociais. Eduardo Bolsonaro postou em seu perfil ironizando as aglomerações nos atos contra seu pai: “Bacana ver a imprensa criticando a aglomeração dos atos da esquerda. Ou será que não critica pq não ocorreu aglomeração?”

O vereador carioca Carlos Bolsonaro, fez o mesmo, criticou as aglomerações, não lamentou as 500 mil vítimas da covid e insinuo que os atos seria uma disputa pelo poder para levar Lula para presidência do país: “Finalmente a esquerda tira a fantasia e mostra que o "fica em casa mesmo se precisar trabalhar pra não morrer de fome" sempre foi POLÍTICO. Você não pode vender pastel na rua, mas eles podem sair pra defender ex-presidiário. Entendam: NUNCA FOI POR CIÊNCIA OU SAÚDE! É POR PODER!”

 

Sem reação das principais figuras da tropa de choque do presidente, o bolsonarismo viveu um dia de silencio nas redes. Afinal, não dava para reagir diante as 500 mil vidas perdidas na pandemia, como também, não dava para ignorar as crescentes manifestações contra Jair Bolsonaro, que desta vez ocorreu em todo país muito diferente da 1º ato registrado em 29 de maio em 400 cidades. Certeza, é que as manifestações deste sábado fizeram da Motociata de Bolsonaro virar uma brincadeira de criança.