Caso mudanças no Plano Diretor de Itapetinga seja confirmado por vereadores, além da cidade se transformar em um conjunto de casas populares, empreiteiros ganharam milhões de reais.
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Itapetinga, e o risco de virar um grande conjunto habitacional caso mudas na lei seja aprovada na Câmara de Vereadores. |
Em uma movimentação atípica, o prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), compareceu pessoalmente à Câmara de Vereadores para apresentar um projeto que altera o Plano Diretor Urbano do município. A visita, rara fora de eventos oficiais, chamou a atenção de servidores e parlamentares, especialmente após os recentes escândalos envolvendo o chefe do Executivo e sua primeira-dama.
A proposta em questão reduz a área mínima obrigatória para construção de residências legalizadas pela Prefeitura, dos atuais 180m² para apenas 125m², uma perda de 55m², equivalente a quase um terço do espaço original. Se aprovada, a mudança valeria para quase todos os bairros da cidade, abrindo caminho para a proliferação de habitações populares em padrões questionáveis na cidade.
Exemplo do futuro apertado de Itapetinga. Caso o projeto de lei seja aprovado, as novas casas construídas sob essas regras terão:
Cozinhas com espaço para no máximo três pessoas;
Banheiros incapazes de atender pessoas com deficiência;
Quartos que não comportariam camas box padrão;
Áreas de lazer, ou quintais reduzidos a pequenos espaços de ventilação.
Quem lucra com a mudança? A medida beneficia diretamente um grupo seleto de empreiteiras e proprietários de terrenos, que poderão aumentar seus lucros em milhões de reais com a alteração. Com a redução da metragem mínima, um terreno que hoje comporta três casas poderá abrigar quatro residências, sem que o preço final ao comprador seja reduzido.
Enquanto as construtoras economizam em materiais e maximizam ganhos, a população terá de lidar com imóveis cada vez menores e de qualidade duvidosa. Agora, a decisão está nas mãos dos vereadores de Itapetinga: aprovar um projeto que privilegia poucos em detrimento do futuro da cidade ou barrar uma medida que pode degradar ainda mais o padrão de vida no município.
O abacaxi está na mesa. E o prefeito, claro, já deu seu recado: para alguns, o lucro vem antes do bem-estar e conforto da população da cidade.
Não gostaria de antecipar. Mas isso, exala o odor da corrupção sob a fragrância de suborno a políticos, caso, essas mudanças sejam concretizadas por vereadores de Itapetinga.
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