STF vê ameaça em fala do presidente Jair Bolsonaro; Fux deve convocar ministros da Corte após ato em São Paulo.
Presidente Jair Bolsonaro em ato antidemocrático de 7 de Setembro em Brasília. |
As manifestações do 7 de Setembro a favor do presidente Jair Bolsonaro, parece que não abalou a cúpula dos poderes judiciário e Legislativo. Logo após os atos na Praça dos Três Poderes em Brasília com presença maciça de seguidores, Bolsonaro voltou ameaçar os ministros do STF, e deixou a entender para seus fanáticos que deve fechar a Suprema Corte.
De acordo com a UOL, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) receberam como ameaça o discurso que o presidente Jair Bolsonaro proferiu na manifestação de hoje em Brasília. Para seus apoiadores, o mandatário disse: "Ou o chefe desse Poder (Judiciário) enquadra os seus, ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos". O fim da frase foi misterioso. Não se sabe ao certo qual seria a consequência. Mas, para integrantes da Corte, o recado foi claro no sentido de que boa coisa não é.
Para a colunista UOL, os ministros estão atentos aguardando como será o discurso de Bolsonaro em São Paulo, previsto para as 16h. Depois disso, o presidente do STF, Luiz Fux, vai conversar com seus colegas para avaliar o cenário. "Vamos esperar São Paulo para ter uma avaliação completa", disse um ministro em caráter reservado à colunista Carolina Brígido.
“Não será feita uma reunião com todos os ministros, mesmo porque eles estão em locais diferentes. A ideia é debater com cada um quais providências a Corte pode (ou não) tomar a partir dos atos de hoje. Será discutido, por exemplo, se a fala de Bolsonaro é passível de ser investigada, ou se é o caso de dar uma resposta institucional ou, ainda, se o momento é de silêncio, para não atiçar ainda mais os ânimos golpistas.” Disse a publicação UOL.
7 de Setembro: a monumental mensagem de Lula que os brasileiros deseja ouvir de um governante. (VEJA AQUI) |
Entre os ministros, a avaliação é de que o público das manifestações pelo Brasil foi menor do que o esperado. Não houve tentativa de invasão ao prédio do STF, nem ataque a ministros. A única cena mais forte foi a dos manifestantes tentando remover a grade de proteção instalada na Esplanada dos Ministérios.
Mas a preocupação agora na Corte não é com o número de manifestantes na rua, mas com a repercussão dos discursos de Bolsonaro e com as consequências que os atos podem ter para os próximos dias, ou meses.
PSDB e PSD unidos por impeachment
Com a popularidade do presidente em queda e atos com bolsonaristas nas ruas, parece que não abalaram a certeza de dois grandes partidos em pedir o impeachment de Bolsonaro.
O PSD já havia anunciado o apoio ao processo de destituição de Bolsonaro se o presidente insistir com escalada autoritária. Hoje, foi a vez dos Tucanos, que ira convocar uma reunião de emergência para a próxima quarta-feira, 8, para tratar da posição do PSDB em relação a possível processo de impeachment do presidente.
O PSD de Kassab já havia antecipado no mesmo sentido. Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da Globonews, Kassab afirmou que, caso a escalada antidemocrática demonstrada por Bolsonaro nos últimos meses continue, o partido poderá apoiar o impedimento de seu mandato.