Lula favorito na eleição da fome

Lula favorito na eleição da fome

Na crise econômica, Lula se consolida como  franco favorito ao Palácio do Planalto, ao colocar 10 pontos acima da soma de todos os candidatos.  

Lula favorito na eleição da fome
Lula Lidera todos os cenários para eleição 2022, e se o pleito fosse hoje, venceria no 1º turno. 

O Ipec informa: Lula entrará no ano eleitoral como franco favorito para voltar ao Planalto. O ex-presidente lidera a disputa com 48% das intenções de voto. Todos os outros candidatos somam 38%.

Dez meses são uma eternidade na política, o que significa que o cenário pode mudar bastante até outubro de 2022. Mas o retrato mostrado pela pesquisa é inequívoco: se a eleição fosse hoje, o petista venceria no primeiro turno.

Lula registra os melhores índices entre os eleitores mais pobres (57%) e menos escolarizados (55%). São os grupos que mais sofrem com o retorno da fome e o aumento da inflação, duas marcas registradas do atual governo.

Em setembro, o Ipec constatou que fome e pobreza voltaram à lista dos temas que mais preocupam os brasileiros. Isso não ocorria desde 2002. Não por acaso, o ano em que o petista se elegeu pela primeira vez.

A pesquisa confirma o derretimento de Jair Bolsonaro. A fatia de eleitores que consideram o governo bom e ótimo despencou de 28% em fevereiro para 19% em dezembro. A soma de ruim e péssimo escalou de 39% para 55%.

O presidente também encolheu em segmentos que julgava dominar. Entre os evangélicos, o levantamento aponta um empate técnico entre Lula (34%) e Bolsonaro (33%). Isso sugere algo que pesquisadores já constatam há muito tempo: os pastores mais midiáticos não são capazes de entregar todos os votos que prometem aos políticos.

Quaest: Lula segue líder com 48%, Bolsonaro tem 21% e Moro ultrapassa Ciro (VEJA AQUI)

Apesar de confirmar o favoritismo de Lula, o Ipec traz uma boa notícia para o capitão. Ele aparece isolado em segundo lugar com 21% das intenções de voto. Continua muito à frente de Sergio Moro (6%) e Ciro Gomes (5%).

O ex-juiz teve farta exposição nas últimas semanas, mas ainda está longe de ameaçar a vaga de Bolsonaro num hipotético segundo turno. Se os apoiadores dele vendiam a ideia de uma “onda Moro”, o Ipec só conseguiu detectar uma marolinha.

Para João Doria, a pesquisa aponta um caminho ainda mais difícil. O tucano aparece com míseros 2%, empatado com o nanico André Janones. Logo atrás, com 1%, desponta o incansável Cabo Daciolo. (De Bernardo Mello Franco/O Globo)