Em fúria, primeira-dama exigiu a saída de Valquirão do grupo após vereador barra votação da PL do Quintas do Sul que homenageia sogro do prefeito.
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Primeira-dama de Itapetinga Maria José Hagge irritada com vereador Valquirio Lima por barrar votação de Projeto de Lei que homenageia seu pai. |
Segundo a Bíblia, instigada pela mãe, Salomé pediu a cabeça do pregador e primo de Jesus Cristo, João Batista, numa bandeja de prata porque o monarca Herodes prometeu-lhe tudo o que pedisse se ela dançasse para ele. O rei da Judeia era descendente de Esaú, personagem do Antigo Testamento, que era filho de Isaque e Rebeca e irmão gêmeo de Jacó, com quem se zangou por este lhe ter usurpado a bênção dada por seu pai, Isaque, único filho de Abraão com sua esposa Sara.
Percebeu o clima de vingança familiar? Bem, em Itapetinga, a história bíblica assume uma forma e um roteiro semelhante, mas sem o episódio trágico que resultou na decapitação de Batista. Quando Maria José Hagge (Zeze Hagge), esposa do prefeito Eduardo Hagge (MDB), se irritou na galeria da Câmara de Itapetinga com um pedido de vista do vereador Valquirio Lima, o Valquirão, ao Projeto de Lei que modifica o nome do bairro Quintas do Sul em homenagem ao seu pai falecido, Zito Gomes.
Com vistas, Valquirão não apenas impediu a aprovação do projeto de lei, mas também deu tempo para o Ministério Público de Itapetinga intervir, possivelmente enterrando uma votação apressada, como deseja a maioria dos vereadores do prefeito, em um claro gesto de bajulação à primeira-dama.
A investida de Zeze Hagge, que começou no plenário do parlamento e culminou no gabinete do prefeito e na casa do casal Hagge, expôs a arrogância e a falta de preparo político da primeira-dama da cidade. Ela acreditava que poderia subjugar o Parlamento de Itapetinga para exaltar seu orgulho de colocar o nome do seu pai em um bairro onde moradores recorrem à justiça com quase 3 mil assinaturas contra a Câmara de Itapetinga para impedir a alteração do nome do bairro.
No plenário, a cena da primeira-dama aos berros ao convocar a tropa de choque formada por servidores em cargos de confiança da Prefeitura para se retirar da galeria do Parlamento após Valquirão pedir mais prazo para analisar a proposta causou espanto nos parlamentares, e mais tarde ela fez tremer os pilares de sustentação do gabinete do prefeito Eduardo Hagge que ouviu aos gritos o pedido de vingança contra o vereador do MDB por impedir a votação da PL.
Ministério Público deve barrar plano de Zezé Hagge de alterar nome do bairro Quintas do Sul (VEJA AQUI)
A irritação de Zeze Hagge contra um vereador que apoia a administração de seu marido ganhou contornos de vingança após receber a informação de que o Ministério Público havia notificado a Câmara de Itapetinga a fornecer esclarecimentos sobre a tramitação da PL 05/2025, do Quintas do Sul. A informação deve sugerir que o seguimento da proposta poderia ser impedida na justiça devido a uma lei municipal que exige o cumprimento de normas legais para sua tramitação, como também a coleta de assinaturas dos residentes para autorizar a alteração do nome do bairro. Atualmente, quase 3 mil assinaturas de moradores são contra o projeto de lei. Fato, que fez com que os auxiliares do prefeito esclarecessem à primeira-dama que tal mudança pode ser inviável.
Diante do revés, Zeze exigiu que seu esposo imponha uma punição ao vereador e uma possível expulsão do grupo governista pela afronta no plenário da Câmara de Itapetinga. Segundo ela, o parlamentar sequer respeitou sua presença no local. De acordo com fontes do Poder Executivo, a discussão se estendeu até a casa do casal, que insistia em pedir a cabeça de Valquirão.
No entanto, movimentos da Prefeitura sugerem que é benéfico manter a primeira-dama sob controle para evitar danos e outros desentendimentos com os vereadores que estão descontentes com Eduardo Hagge pela demora em nomear aliados para postos na Prefeitura.
Na Câmara, o prefeito de Itapetinga possui, teoricamente, o apoio de 13 dos quinze parlamentares. No entanto, na realidade, a maioria se dissipa com um legislativo dividido entre dois grupos políticos resultantes da interferência do prefeito na eleição interna para a presidência da Câmara de Itapetinga.
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