Racha no clã Hagge expõe fragilidade política do prefeito Eduardo Hagge em convencer gabirabas a abraçar petistas.
![]() |
Na imagem: Geddel Vieira Lima (MDB), prefeito de Itapetinga Eduardo Hagge (MDB), governador da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT) e o vice-prefeito de Itapetinga Alécio Chaves (PSB). |
Em um evento que deveria ser uma celebração do governo estadual, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) escapou de um fiasco político graças apenas à mobilização de comitivas de cidades vizinhas, que garantiram um público mínimo no Parque Poliesportivo da Lagoa neste sábado (24/05). Se dependesse do prefeito local, Eduardo Hagge (MDB), o evento teria sido um retrato cruel da falta de capacidade de articulação e mobilização do gestor, que mesmo com a máquina pública a seu favor, não consegue formar um grupo coeso de apoio.
Nos bastidores, os comentários eram unânimes: o prefeito de Itapetinga simplesmente não conseguiu, ou não quis, levar um público significativo para recepcionar o governador. Lideranças políticas de outras regiões não escondiam o incômodo, enquanto aliados de Eduardo Hagge tentavam justificar a baixa presença com a desculpa de que a população estava concentrada no Parque de Exposições, em outro evento paralelo. Uma explicação que não convenceu ninguém, já que o prefeito controla cargos de confiança, contratados e uma ampla estrutura administrativa, e mesmo assim, seus próprios indicados não compareceram ao ato.
A presença do governador na região deveria ser um trunfo para Eduardo, mas o que se viu foi a confirmação de sua dificuldade em manter unidade até mesmo dentro do próprio clã político. Enquanto o prefeito abraça Jerônimo Rodrigues, seu sobrinho, o ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB), alinha-se a ACM Neto (União Brasil), evidenciando um racha no tradicional gabirabismo local. A divisão familiar reflete a crise de identidade do MDB itapetinguense, espremido entre o petismo e ao bolsonarismo.
Se a falta de público de Itapetinga era um problema, o discurso mais surreal veio de Geddel Vieira Lima (MDB), condenado por corrupção e que recebeu aplausos ao falar de "erros", ou malfeitos, como se ser pego com malas de R$ 51 milhões em dinheiro desviado de esquemas de corrupção fosse um mero deslize. O ex-ministro, que já simbolizou o pior dos políticos, ainda ousou cobrar "fidelidade partidária" de Rodrigo Hagge, acusando-o de trair o MDB ao apoiar adversários. A cena seria cômica se não fosse trágica: um condenado por corrupção dando lições de lealdade, enquanto o partido que ajudou a afundar ainda tenta se vender como moralizador.Itapetinga: do amarelo ao vermelho a guinada que deixa Rodrigo Hagge e bolsonaristas roxos de raiva (VEJA AQUI)
O evento deixou claro que Jerônimo Rodrigues depende mais das bases regionais de prefeitos do que do apoio de aliados como Eduardo Hagge que visivelmente tem dificuldade de convencer os gabirabas a abraçar os petistas. Enquanto o governador tenta emplacar sua agenda, o prefeito de Itapetinga patina na construção de uma base política, incapaz de superar as divisões internas que o enfraquecem. Se o objetivo era demonstrar força, o que sobrou foi a imagem de um gestor solitário e um governador que, sem as caravanas alheias, teria falado para plateias vazias.
A cena em Itapetinga escancara a crise do MDB local e a dependência petista de apoios emprestados. Enquanto o gabirabismo se esfacela em brigas de família, e muito em breve o governador, poderá descobrir que nem sempre haverá comitivas dispostas a tapar os buracos vazios do prefeito Eduardo Hagge.
É governador, é Itapetinga, é vida que segue...
Social Plugin