Com o retorno as às aulas as crianças podem causar a próxima onda da pandemia de Covid-19.
Estudo norte-americano revela o perigo do retorno às aulas na pandemia, |
Para estados e municípios que planejavam a volta às aulas ainda este ano, em meio ao pico do contágio, mesmo que dados apontam em algumas regiões do país estabilidade de mortes. Uma pesquisa conduzida pela Escola Médica da Universidade Harvard (EUA), concluiu que o potencial de disseminação do novo coronavírus pelas crianças é muito superior a de um adulto.
Ao contrário do que diferentes estudos mostraram, o trabalho, apresentado pelos autores como o mais abrangente sobre o assunto até o momento, apresenta evidências de sólidas de que crianças podem ser muito mais contagiosas do que adultos, inclusive aqueles em quadro severo da doença, ainda que apresentem apenas sintomas leves.
O estudo feito pela renomada universidade norte-americana uma das mais conceituada do mundo, implodiu de vez o ano de letivo de 2010, já considerado perdido por educadores. Os cientistas alertaram com a retomada às aulas, as crianças podem causar a próxima onda da pandemia de Covid-19.
O artigo, submetido ao periódico científico Journal of Pediatrics nesta quinta-feira, foi escrito por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, que integra a Escola Médica de Harvard. Os esforços tiveram o apoio de diversas instituições americanas, incluindo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) do governo e o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas.
O trabalho avaliou 192 indivíduos de 0 a 22 anos, dos quais 49 testaram positivo para a Covid-19. Metade deles apresentou febre, sintoma que pode ser confundido com alergias e gripes como a do vírus Influenza.
Ao todo, 53% deles estavam frequentando a escola. Outros 18 deram entrada na unidade com a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), uma complicação da Covid-19 em crianças.
Os cientistas encontraram níveis de carga viral do Sars-CoV-2 consideravelmente mais altos nas vias respiratórias de crianças nas fases iniciais da doença do que nas de adultos internados em unidades de terapia-intensiva. O alojamento do patógeno nas vias aéreas é um dos principais catalisadores de sua transmissão.
Apenas 27% das crianças que testaram positivo para a Covid-19 por meio do teste RT-PCR, que contabiliza a carga viral, tinham uma comorbidade específica a obesidade. Nenhuma delas tinham doenças cardíacas, pressão alta ou diabetes, doenças que configuram grupos de risco.