Câmara volta aos trabalhos em clima racha na base do prefeito Eduardo Hagge e revides pela frente

MDB de Itapetinga em guerra: O partido do prefeito que podem virar seu maior inimigo. 

Câmara volta aos trabalhos em clima racha na base do prefeito Eduardo Hagge e revides pela frente
Bancada do MDB na Câmara de Itapetinga demonstra satisfação com o prefeito do seu próprio partido.

A Câmara Municipal de Itapetinga retoma suas atividades nesta terça-feira (5/8), mas longe da tranquilidade esperada após o recesso. O que deveria ser um reinício rotineiro promete ser um verdadeiro campo de batalha política, com o prefeito Eduardo Hagge enfrentando não apenas a oposição limitada, mas uma base aliada rachada, prestes a se rebelar.

O cenário é de crise aberta. De um lado, vereadores do próprio MDB e partidos aliados, ainda ressentidos pela interferência do prefeito na eleição da Mesa Diretora. Do outro, ex-oposição que, após apoiarem Eduardo Hagge no início da Gestão Gabiraba 3, agora veem um governo que não cumpre promessas, não dialoga e, pior, ameaça retaliações.

A falta de traquejo político de Eduardo Hagge e a desarticulação de seu secretário de governo Geraldo Trindade (MDB) estão minando a relação com a Câmara. Vereadores que garantem votos favoráveis ao prefeito agora falam em independência, um código para o que, nos corredores do Legislativo, já é chamado de "traição".

O motivo? Uma aposta eleitoral equivocada. Eduardo e Trindade pressionam aliados a apoiar a candidatura do emedebista Jayme Vieira Lima a deputado federal, primo dos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, condenados por corrupção. A ameaça por trás da articulação: cortar cargos de indicados de vereadores que não obedecerem.

O problema é que a maioria da base aliada não engole a imposição. Preferem o deputado federal Antônio Brito (PSD), com histórico na região, a um candidato sem mandato e sem lastro político. A insistência de Eduardo nessa estratégia só aproxima os aliados de uma oposição ao governo municipal.

Eduardo Hagge quebra marasmo com empreguismo político na Prefeitura de Itapetinga (Click Aqui) 

Para piorar, da bancada seis parlamentares do MDB, quatro vereadores do partido do próprio prefeito, está mais alinhada ao ex-prefeito Rodrigo Hagge, candidato a deputado estadual, do que ao chefe do Executivo. E o racha se aprofunda: enquanto Eduardo defende a reeleição do petista Jerônimo Rodrigues ao governo da Bahia, a maioria dos vereadores do MDB apoia ACM Neto (União Brasil).

Eduardo, em vez de reaproximar dos seus liados, prefere o confronto. Prioriza alianças frágeis, com nomes de pouca influência eleitoral, em vez de garantir a governabilidade. Age como se não precisasse da Câmara após eleição 2026, um erro estratégico que pode custar caro.

Se o prefeito não mudar de postura, o segundo semestre será de retaliação. Vereadores já sinalizam que podem derrubar vetos e rejeitar projetos da prefeitura como forma de "recado". A cobrança por respeito, algo que um gestor inconfiável parece ignorar, poderá ser o tom das sessões.

Enquanto isso, a oposição, antes enfraquecida, se reorganiza. E o pior para Eduardo Hagge: muitos dos que podem puxar o gatilho contra seu governo vêm de sua própria base. Com apenas cinco assinaturas, qualquer suspeita de irregularidade na Prefeitura pode virar uma CPI e, depois da decisão do STF, nem a Mesa Diretora e nem o presidente da Câmara alinhado ao prefeito poderão barrar.

O recado está dado. Se Eduardo Hagge não recuar, a guerra só vai piorar.

É confusão a vista, é vida que segue...