Eduardo Hagge quebra marasmo com empreguismo político na Prefeitura de Itapetinga

Prefeito de Itapetinga usa máquina pública para contratar apoio a candidaturas em 2026, enquanto Itapetinga enfrenta marasmo administrativo.

Eduardo Hagge quebra marasmo com empreguismo político na Prefeitura de Itapetinga
Prefeito de Itapetinga Eduardo Hagge (MDB).

O prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), parece ter encontrado uma nova forma de movimentar sua gestão após o fim da euforia das obras estaduais prometidas pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Se nos primeiros meses de governo ele surfou nas realizações do Estado, muitas delas prometidas a Cida Moura (PSD) na eleição passada, agora o chefe do Executivo municipal aposta em uma estratégia mais conhecida e perigosa: o empreguismo político.

Nos últimos meses, a Prefeitura de Itapetinga virou palco de uma onda de contratações e nomeações, com salários que variam entre R$ 3 mil e R$ 7 mil. O ritmo das admissões acelerou justamente quando a bancada de vereadores aliada a Eduardo Hagge declarou apoio ao deputado federal Antônio Brito (PSD), possível rival do preferido do prefeito, o emedebista Jayme Vieira Lima (MDB). A resposta de Eduardo não tardou: vídeos pipocam nas redes sociais mostrando novos servidores e contratados, muitos deles recém-chegados aos quadros municipais, declarando voto em Jayme, sempre ao lado do gestor.

O que parece uma simples movimentação política, no entanto, tem um custo alto para os cofres públicos. Fontes internas da prefeitura afirmam que a folha de pagamento já ultrapassa o limite de 54% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, com contratados e comissionados sendo incluídos de forma irregular. Essas mesmas fontes denunciam a existência de uma "Folha Secreta" do prefeito Eduardo para fazer política, atualmente sob apuração pelo IDenuncias.

Enquanto isso, a administração municipal patina. Problemas básicos, como reformas e manutenção de equipamentos públicos, são negligenciados por falta de recursos. Secretarias acumulam demandas sem solução, enquanto o prefeito parece mais preocupado em fortalecer sua base para 2026, não só no plano municipal, mas também no estadual e federal no ano que vem.

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A estratégia de Eduardo Hagge, no entanto, não é apenas eleitoreira: é também uma resposta a dissidências internas. Vereadores que antes lhe juraram fidelidade, agora apoiam Brito, e a reação do prefeito tem sido usar a máquina para garantir lealdades. O problema é que esse jogo pode sair caro. Se as denúncias de irregularidades na folha se confirmarem, a gestão não só enfrentará desgaste político, mas também consequências jurídicas.

Vale destacar um detalhe revelador: as recentes contratações da prefeitura não trazem a marca de indicações dos vereadores aliados. A estratégia de Hagge em centralizar as nomeações provavelmente para evitar divisão de influência pode custar caro. Um rompimento com a base na Câmara seria uma tragédia política para o prefeito, já que, sem o apoio do Legislativo, sua governabilidade estaria seriamente ameaçada.

O risco é claro: se os vereadores se sentirem preteridos, a atual harmonia pode se transformar em resistência aberta, complicando ainda mais uma gestão que já enfrenta perda e desgastes com aliados. E, em ano de articulação para 2026, perder o controle da Câmara seria um erro que Eduardo não pode cometer.

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Enquanto Itapetinga espera por ações concretas que traduzam as promessas de campanha em realidade, o que se vê é um governo que troca obras por cargos, e administração por politicagem. O marasmo pode até ter sido quebrado, mas não pelos motivos que a população esperava.