No esquema Covaxin, Ricardo Barros seria o beneficiário com aval de Bolsonaro

No esquema Covaxin, Ricardo Barros seria o beneficiário com aval de Bolsonaro

Revelação, que líder do governo Bolsonaro estaria por trás do esquema bilionário de compra de vacina Covaxin leva o presidente e Centrão para o centro de um escândalo de corrupção.

No esquema Covaxin, Ricardo Barros seria o beneficiário com aval de Bolsonaro
Líder do governo na Cãmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP) e o Presidente da Republica Jair Bolsonaro (sem partido).


O discurso de Jair Bolsonaro, que o “presidente não rouba e não deixa roubar”, caiu por terra na noite da sexta-feira (26), na CPI da Pandemia, quando o deputado bolsonarista e trambiqueiro Luis Miranda (DEM-DF), deixou no ar, que o presidente da republica sabia quem seria o deputado federal por trás do esquema de corrupção nas compras da vacina indiana Covaxin.

O golpista de outrora, eleito por Brasília por bate no peito e aclamar que seria um bolsonarista de raiz, Miranda, demorou horas para confirmar o nome, alegando não se lembrar e, depois, que temia sofrer represálias no Parlamento. Teatral como sempre, deixou para finalzinho dizer o nome do deputado mencionado pelo presidente, após ter conhecimento do esquema de corrupção. Miranda foi categórico em afirma que seria o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), figura política de peso no Centrão.

“A senhora também sabe que foi o Ricardo Barros que o presidente falou. Eu não me sinto pressionado para falar, eu queria falar desde o primeiro momento, mas é porque vocês não sabem o que vou passar", disse Miranda, após ser questionado diversas vezes sobre qual parlamentar teria sido citado pelo mandatário.

Se for pego pela CPI da Pandemia, Barros, ex-ministro da Saúde de Michel Temer (MDB), será um peixe graúdo e com forte ligação com o presidente da republica. Ele é um dos símbolos do casamento de Bolsonaro com o Centrão, que sustenta sua frágil posição política no Congresso Nacional.

O nome Ricardo Barros, não surpreendeu os membros da CPI, havia nos bastidores do Congresso a desconfiança no líder do governo, já que Barros e a Global respondem a uma ação de improbidade por contrato de R$ 20 milhões assinado em 2017 pela empresa com o Ministério da Saúde, para importar de medicamentos para doenças raras. À época, o deputado era o Ministro da pasta, e produtos não foram entregues.

Barros afirmava que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o suposto lobby da indústria travaram as importações. Os senadores da CPI da Covid, agora, querem saber há ligação de Barros, a Global e a Precisa Medicamentos.

Em nota publicada nas redes sociais, Barros afirmou que não participou de nenhuma negociação para a compra da Covaxin. “Não sou esse parlamentar citado. A investigação provará isso”, escreveu o líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

Com a revelação do nome do deputado, a CPI deve se voltar ao Congresso, abrindo novo foco de investigações que pode abalar o Centrão, base de apoio de Bolsonaro.

Com revelações comprometedoras, a pergunta que não quer calar “Por que Bolsonaro não mandou a PF investigar se sabia quem estava por trás do esquema?", "Se Ricardo Barros era o beneficiário da compra bilionária de vacina, então por que Bolsonaro se calou?" Quem, o presidente Bolsonaro quer proteger?

Nas redes sociais, já silenciada com a última pesquisa IPEC que apontou vitória de Lula no primeiro turno da eleição 2022, os bolsonaristas enfrentam o que eles sempre acreditaram que jamais aconteceria no governo Bolsonaro, um escândalo de corrupção, e pior, tem o próprio presidente com suspeito do esquema de compra bilionária de vacina.

Ao manter sob silêncio o esquema de corrupção bilionária, Bolsonaro não só prevaricou como também deu aval para que o líder do Centrão, Ricardo Barros fosse o maior beneficiário.