Casal do Rio relata que foram proibidos de vacinar enquanto vestisse camisa contra Bolsonaro

Casal do Rio relata que foram proibidos de vacinar enquanto vestisse camisa contra Bolsonaro

Corpo de Bombeiros do Rio lamentou o ocorrido e informou que vai abrir uma sindicância para apurar os fatos contra o casal carioca. 

Casal do Rio relata que foram proibidos de vacinar enquanto vestisse camisa contra Bolsonaro
Casal conta que foi impedido de se vacinar usando camisa contra Bolsonaro.


Um casal relata ter sido impedido de receber a segunda dose da AstraZeneca no Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, enquanto estivesse vestindo uma camisa contra o presidente Jair Bolsonaro. Aquele protesto visual e silencioso foi o jeito escolhido por ambos para destacarem suas críticas à forma como o governo federal lida com a pandemia. A roupa trazia a seguinte expressão: "A segunda dose da vacina nos livra da Covid-19. O que nos livrará dos Bolsovírus será o impeachment, ou o seu voto em 2022". Em nota, o CBMERJ lamentou o episódio e informou que vai abrir uma sindicância para apurar os fatos.

O professor de História Luiz Carlos de Oliveira, de 61 anos, contou ao Jornal O Globo que chegou ao local de vacinação, na Avenida Ayrton Senna, com a mulher, de mesma idade, por volta das 11h desta segunda-feira, dia 12. Eles estavam acompanhados pelo afilhado de Luiz. Conforme se aproximavam do ponto onde o casal receberia o imunizante contra Covid-19, Luiz disse ter sido informado por um soldado-bombeiro a respeito de uma proibição naquele ambiente para pessoas com camisas ou cartazes de caráter político. Segundo ele, a justificativa apresentada foi como sendo "ordem do comando".

Casal conta que foi impedido de se vacinar usando camisa contra Bolsonaro.
Com camisa contra o presidente Bolsonaro, casal carioca foram proibidos de vacinarem contra a covid-19.


Ainda de acordo com o servidor da rede municipal de ensino, a abordagem foi realizada de forma educada, ainda que notasse certo constrangimento por parte do militar.

"Além deste soldado, vários outros explicaram que se permitissem a vacinação de pessoas com camisas, cartazes, inscrições etc. de caráter político seriam punidos com até 30 dias de prisão afirmou. — Cumprimos a ordem, entendendo que os subordinados estavam cumprindo ordens constrangedoras, mas informamos que iríamos denunciar o fato para a imprensa por entendermos que se trata de um cerceamento ao direito de livre expressão da opinião."

Para que a vacina fosse aplicada em ambos, Luiz colocou a camisa no lado avesso, de forma a esconder a estampa com a frase de protesto, enquanto a mulher dele, Dirlene de Oliveira, usou apenas a camiseta justa que vestia por baixo.

casal carioca é proibido de vacivar por serem contra Bolsonaro
Dirlene de Oliveira e o marido, Luiz Carlos, contam que só conseguiram receber a vacina contra Covid-19 após tirarem a camisa de protesto ao governo Bolsonaro.

A história começou a repercutir entre amigos e parentes do casal, até que uma pessoa ligada à família decidiu postar o relato no Twitter. A postagem não tardou a viralizar. Até o final do dia, da segunda-feira (12) o foram deixadas mais de 12 mil curtidas.

"Não esperávamos uma repercussão tão grande. Mas compreendemos que a força das redes sociais é enorme. Se a repercussão contribuir para que ordens e decisões absurdas como a que está em questão, e outras semelhantes que possam ser tomadas não voltem a ocorrer, valeu a pena. Esperamos que esta exposição seja momentânea" comentou Luiz, cuja esposa também é professora, mas já está aposentada.

Procurada, a corporação informou que o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), coronel Leandro Monteiro, se firmou "a favor da liberdade de expressão", garantindo que "o fato ocorrido no Grupamento de Busca e Salvamento (GBS), na Barra da Tijuca, foi isolado". Uma sindicância será instaurada para apurar o ocorrido.

"O CBMERJ lamenta o ocorrido e reitera que não existe uma determinação oficial do comando da corporação que proíba este tipo de manifestação por parte de civis em nenhum dos quartéis que abriram as portas para a vacinação", destacou um comunicado da corporação.


https://www.idenuncias.com/2021/07/ex-marqueteiro-de-bolsonaro-esclarece.html
Ex-marqueteiro de Bolsonaro prevê possível derrota do presidente e eventual vitória de Lula em 2022. (veja Aqui)