Pedido de desculpas de Bolsonaro a ministro do STF, desnorteia a base Bolsonarista que fala em "fim de Jogo".
Ato bolsonarista de 7 de setembro em Brasília. |
O 7 de Setembro foi uma data histórica para o bolsonarismo. Isso, ninguém tem duvida! Porém o 9 de setembro, essa, será lembrada como o dia do perdão, uma data que será recordada pelos seguidores de Jair Bolsonaro como o dia em que o presidente deixou seus lunáticos de joelhos após pedir desculpas ao ministro Alexandre de Moraes do STF.
Dois dias após as bravatas da independência do Brasil, que deixou o mandatário do país em total isolamento político e com risco real de impeachment. Nada mais, nada menos, que um pedido de desculpas para salvar a cabeça da guilhotina preparada pelo próprio presidente Bolsonaro contra ele mesmo, após os atos do 7 de setembro que atacou e ameaçou vorazmente o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Com os políticos do Centrão virando as costas para Bolsonaro, por temor de represália da Corte Suprema e empresários pulando do barco bolsonarista ante que afunde. Só restou, para o presidente seus fanáticos seguidores que por si só, não o garantia a permanência na presidência da republica.
E tem mais! Tem o Lira, chefão da Câmara dos Deputados amedrontado após recado de Fux do STF, que em dura mensagem citou o crime de responsabilidade de Bolsonaro com julgamento pelo Congresso Nacional de processo de impeachment. Para um bom entendedor, Fux avisou que a Corte poderia ordenar abertura de destituição do presidente da republica. Fato, que desmoralizaria o presidente da Câmara, que em resposta, afirmou que ninguém é obrigado a cumprir decisão inconstitucional. Mas a suposta valentia durou pouco, horas após a fala, afirmou que sua declaração estava fora de contexto.
Após ameaça de Bolsonaro, Fux aguarda fim do ato em SP para reunir com ministros da Corte. (VEJA AQUI). |
O recuo do presidente Jair Bolsonaro após atingir o ápice da radicalização desorientou os seguidores, que chegaram a acreditarem em até fake News compartilhado por eles mesmos, sobre um suposto Estado de Sitio, que teria fechado a Suprema Corte, isso ocorreu durante o ato do feriado, que teve até choro de bolsonaristas comemorando a suposta boa nova.
Mas, nada como um dia após o outro para saber se valeu apena milhares de seguidores se deslocarem de seus Estados para irem a Brasília e São Paulo, ouvir o presidente arrotar valentia e depois implorar por perdão.
O recuo de Jair Bolsonaro nas críticas que fez ao STF, intermediado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), deixou desnorteada sua base de apoio mais radicais em redes sociais. A quem diga os influenciadores bolsonaristas usaram o mesmo termo para descrever o recuou de Bolsonaro: game over (fim de jogo).
São os casos do comentarista demitido pela CNN Brasil, Rodrigo Constantino e do youtuber Allan dos Santos. "A nota do Temer foi para mostrar que o povo não deve exercer seu poder diretamente. Não votei no Temer", disse Santos. Já Constantino: "Dia 7: multidão nas ruas com pauta patriótica condenando o arbítrio. Dia 9: Bolsonaro elogia China como essencial e pede desculpas ao STF. Game over".
Mas que foi ao chão, mesmo, depois do pedido de perdão de Bolsonaro, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), simbólica emanada da ala radical, rememorou, na tribuna da Câmara, outro episódio que provocou desânimo entre bolsonaristas: “A princípio, eu vou dizer que fiquei até um pouco frustrada. Frustrada da mesma forma da época em que o (Sergio Moro) pediu demissão (do Ministério da Justiça e Segurança Pública).”.
Isso, sem falar das ironias de adversários e reações, espalhadas no meio político, entre a esperança de uma pacificação real e a prudência de quem já viu o chefe do Executivo desistir de outros acenos de moderação e voltar atacar a democracia dias após.
O Game of Thones [Jogos de Poder], de Bolsonaro não durou como na famosa serie da TV, em que seus personagens continuam a batalhar pelo poder sem recuou. Na série e mata ou morrer, na vida real, é pedir perdão para sobreviver no Poder.