Mobilização de apoiadores de candidatos a deputados em residências geralmente não é para pedir voto, mas para colher dados do eleitor para compra de votos.
Mobilização para compra de votos a deputados federais estaduais entra em campo a duas semanas da eleição. |
O Código Eleitoral, no artigo 229, considera compra de voto crime e prevê pena de reclusão de até quatro anos, cassação de mandato e pagamento de multa. Mas isso é balela para maioria de políticos com mandato [vereadores, chefe do Executivo] e sem, incluindo lideranças religiosas, que estão nas ruas em busca de votos para seus candidatos a deputados federais e estaduais. Diante da extrema dificuldade de conquistar e convencer eleitores a votarem nos seus respectivos postulantes, entra em campo o plano ‘B’, infalível em eleições, à famosa “boca de Urna”.
“Boca de Urna” é nada mais que ‘compra de votos’, uma prática ilegal nas eleições brasileiras, mas bastante eficaz para candidatos com dificuldade de atrair votos.
Restando duas semanas para eleição, apoiadores de candidaturas a deputados em Itapetinga já mobilizam suas tropas a irem à caça dos eleitores para colher dados, com promessa do voto por dinheiro vivo, no caso, R$ 50 reais, valor considerado universal para todas as candidaturas na cidade.
Já existe um exército de cabos eleitorais nas ruas colhendo dados dos eleitores para compra de votos por ordem dos apoiadores dos candidatos a deputados. Geralmente a coleta de dados, ocorre nas residências dos eleitores que dispõem o número da seção de onde vota e o endereço residencial.
Mas se você pensa que o único criminoso eleitoral nessa história são os apoiadores dos candidatos? Ledo engano! O eleitor é grande culpado, por oferta o voto por dinheiro.
Nas visitas de cabos eleitores dos candidatos nas residências dos eleitores, e comum uma pessoa perguntar “quanto está pagando pelo voto?” Sem muito acanho, o apoiador responde: “50 reais”. Pronto, o acerto é feito ao colher os dados do eleitor, o mesmo é orientado a pegar o dinheiro na noite que antecede a eleição, geralmente marcado na própria residência do eleitor.
Em Itapetinga, eleitores mantêm distantes de atos políticos, mesmo com distribuição de dinheiro (VEJA AQUI) |
A dificuldade em apurar a prática criminosa, é a cumplicidade dos eleitores com os apoiadores dos candidatos, onde grande parte dos senhores dos votos que decidem o destino do nosso país nessa eleição geral, estão dispostos a venderem em tronca de dinheiro.
Segundo alertas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em publicação nos sites dos TREs nos estados. “Tanto a compra como a venda de votos são consideradas crimes eleitorais, puníveis com prisão por até 4 anos e pagamento de multa. O candidato, além da multa, pode ter o registro ou o diploma cassados.”