MDB de Itapetinga pode implodir se ação de quatro vereadores tiverem êxito na justiça eleitoral com licença para desfilar sem perder os mandatos.
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Na imagem vereadores emedebistas Valquirão, Peto, Tarugão e Tele furiosos com abandono do partido na eleição interna da Câmara de Itapetinga. |
Não se fala em outra coisa dentro do grupo de vereadores do MDB descontentes com a intromissão do prefeito Eduardo Hagge na eleição interna da Câmara de Itapetinga, que impôs uma derrota em chapa composta por quatro parlamentares da sigla. Esse grupo avalia recorrer à justiça eleitoral para pedir a desfiliação por infidelidade da própria legenda em Itapetinga.
A alegação dos vereadores Valquirio Lima, o Valquirão (MDB), Adelino Fonseca, o Peto (MDB), Tharles Souza, o Tele (MDB) e Eliomar Barreira, o Tarugão (MDB), é que o MDB, vitorioso na eleição a prefeito e vereadores por formar uma bancada de seis parlamentares, jogou contra a maioria dos seus membros com mandato na Câmara de Itapetinga para eleger o vereador Luciano Almeida, novo presidente legislativo de mesma sigla partidária, em uma chapa de apenas dois emedebistas.
Para esses parlamentares insatisfeitos, o MDB de Itapetinga presentou-se justa causa em caso de grave discriminação pessoal sofrida pelos parlamentares. Salientam a ocorrência corriqueira de situações na política, que resultaram em tratamento desigual e injusto praticado pela instituição partidária [MDB de Itapetinga] e suas lideranças, violando efetivamente o princípio da igualdade por conta de uma característica pessoal dos discriminados, tornando insustentável e inexigível a permanência dos parlamentares no respectivo partido político. Pela legislação o mandato é dos partidos, e não dos eleitos.
A contestação dos vereadores do MDB é que a justa causa seria por infidelidade do próprio partido e não parte dos parlamentares, que acusa o prefeito Eduardo Hagge de interferir no processo de eleição legislativa e discriminar a maioria dos membros da sigla como mandatos em Itapetinga.
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Vereadores dão xeque-mate no prefeito Eduardo Hagge: ‘negocia, ou não passa nada na Câmara’ (VEJA AQUI) |
Auxiliar próximo de Eduardo Hagge, retruca versão dos vereadores de descriminação pessoal ao afirmar que o prefeito havia priorizado o MDB ao ter preferência pelo vereador Luciano Almeida, que é do mesmo partido:
“Não houve traição ou discriminação por parte de Eduardo, apenas uma escolha pessoal por um vereador do MDB. Onde, está a infidelidade do prefeito para com o partido? É injusto as acusações desses vereadores que, a meu ver, estão fazendo uma tempestade no copo d’água. Mas admito que tem que haver uma reaproximação rápida para aparar as arestas, ou, contrário, não haverá governabilidade”. Finaliza um interlocutor do atual prefeito de Itapetinga.
Ao contestar a infidelidade da legenda, os próprios vereadores emedebistas acusam, também, o presidente da sigla, Rodrigo Hagge, de negligência partidária. Se a intenção dos vereadores era atingir o atual prefeito, eles pegam de cheio o ex-prefeito de Itapetinga.
Por mais que Rodrigo Hagge afirme que não se envolverá em assuntos da gestão do tio Eduardo Hagge, ele terá que meter o bedelho para salvar o partido, ou, caso contrário, dará adeus à sonhada vaga a deputado estadual pela significância dos quatro vereadores do MDB que juntos somam quase 4.500 votos.