Abaixo-assinado com 3,5 mil assinaturas contra mudança de nome do Quintas do Sul não é o suficiente para vereadores de Itapetinga desistirem de proposta que agrada mulher do prefeito.
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Vereadores governistas de Itapetinga atende pedido do prefeito para homenagear pai da primeira-dama da cidade. |
O Projeto de Lei (PL) 05/2025, que modifica o nome do Quintas do Sul, está sendo alvo de uma ação judicial e de uma denúncia no Ministério Público de Itapetinga. Mas isso não impediu vereadores na sessão de terça-feira, 19, de atropelar leis locais e desconsiderar pedidos dos moradores para manter o nome do bairro, só para agradar à primeira-dama da cidade ao prestar homenagem ao falecido sogro do prefeito de Itapetinga.
A proposta do vereador Tiquinho Nogueira (PSD), aprovada por uma maioria de 9 votos na última sessão, altera o nome do bairro Quintas do Sul para homenagear o sogro do prefeito de Itapetinga Eduardo Hagge (MDB), o já falecido fazendeiro Zito Gomes. A proposta é interpretada como um agrado a primeira-dama de Itapetinga, Maria José Hagge (Zezé Hagge) filha do fazendeiro, em meio a uma disputa intensa entre vereadores por cargos na Prefeitura de Itapetinga.
A votação incomum do Projeto de Lei do Quintas do Sul na Câmara de Itapetinga destaca-se pelo comportamento impróprio dos vereadores, que optaram por ignorar um extenso abaixo-assinado de quase 3,5 mil assinaturas de residentes do bairro contrários à proposta legislativa e leis criadas por eles próprios que proíbem a mudança do nome do bairro sem o consentimento da comunidade local, além de um processo judicial que já está sendo conduzido pela justiça e por uma denúncia no Ministério Público feita pelos residentes do Quintas para anular uma possível lei municipal que venha à alteração o nome.
Conforme lei municipal, é vedado modificar nomes de ruas e bairros sem o consentimento de 50% mais um dos residentes do local. A legislação está em vigor desde setembro de 2020.
Através do vereador Tiquinho Nogueira, o presidente Luciano Almeida (MDB) pautou para votação da PL 05/2025, mesmo após uma notificação do Ministério Público solicitando esclarecimentos sobre o processo de tramitação, e se há alguma legislação impeditiva no Parlamento. O presidente desprezou o Ministério Público e acelerou a votação com receio de uma ação cautelar dos vereadores Diga Diga (PSD) e Sidinei do Sindicato (PSD), que solicitaram ao juiz da Comarca de Itapetinga a interrupção da tramitação do projeto de lei. O magistrado não concedeu a liminar a tempo para impedir a votação em plenário.
Sob pressão do Ministério Público e da Justiça, os vereadores Tiquinho Nogueira (PSD), Sibele Nery (PT), Pastor Jean Doriel (PL), Daniel Lacerda (Podemos), Anderson da Nova (UB), Neto Ferraz (PDT), Manu Brandão (MDB), Sol dos Animais (Solid.) e Sol dos Animais (Solid.) optaram por apressar a votação do Projeto de Lei antes que o Poder Judiciário pudesse impedir a sua votação no plenário da Câmara de Itapetinga.
Com a judicialização, por mais que o prefeito Eduardo Hagge venha converter em lei municipal, a justiça pode anular devido a uma série de irregularidades manipuladas pelos vereadores que apoiam o governo municipal.Ministério Público deve barrar plano de Zezé Hagge de alterar nome do bairro Quintas do Sul (VEJA AQUI)
Essa é a primeira vez na história do Parlamento Municipal que vereadores decidem desafiar moradores da cidade para impor à revelia da lei uma alteração de nome de localidade sem consentimento, mesmo em uma época sem existência de uma legislação disciplinar.
O bizarro, na votação da PL do Quintas do Sul em plenário é que os vereadores não se sentiram acanhado com a pressão popular de serem acusados de barganhar agrado a primeira-dama em troca de cargos na Prefeitura de Itapetinga.
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