A patética arte gabiraba de fabricar notícias para emplacar o prefeito Eduardo Hagge

Do sensacionalismo à mentira descarada: o jogo sujo por trás da propaganda da administração Eduardo Hagge.

A patética arte gabiraba de fabricar notícias para emplacar o prefeito Eduardo Hagge
Propaganda da administração Eduardo Hagge dimensionar simples tapa-buraco como grandes obras no município.

A vida está difícil para todos. Mas, para o grupo do prefeito de Itapetinga no poder municipal, é preciso "matar um leão por dia" para manter as aparências.

Na ânsia de reverter a impopularidade que persegue a gestão de Eduardo Hagge (MDB) desde que assumiu o cargo, medidas desesperadas têm levado seus seguidores, os chamados gabirabas, a inundar as redes sociais com supostas conquistas administrativas incluindo, pasmem, o pagamento de salários de servidores públicos como se fosse um feito extraordinário.

A fabricação de notícias favoráveis ao prefeito tem testado a paciência e a inteligência dos moradores. Publicações de radialistas e blogueiros aliados ao clã Hagge ultrapassam o patético e adentram o terreno do surreal.

Em uma espécie de conclave de gabinete para escolher as "melhores notícias" e dar sobrevida política ao prefeito, até obrigações básicas viram manchete. Pagamentos mensais ao funcionalismo público são anunciados como "injeção de R$ 7 milhões na economia", como se esses valores não circulassem todo mês.

Após pegar carona em obras petistas, Eduardo Hagge ponga nas contratações da Azaleia
Após pegar carona em obras petistas, Eduardo Hagge ponga nas contratações da Azaleia (VEJA AQUI)

Mas essa é apenas uma cortina de fumaça para tentar dissipar as críticas à gestão gabiraba, marcada pela paralisia administrativa.

O habemus opus ["temos obra", em latim adaptado] chega a desafiar a lógica até dos bolsonaristas mais sem noção. Em uma publicação recente, a Prefeitura anunciou "obras de infraestrutura" em um distrito da cidade, mas a realidade é mais modesta: "Requalificação de ruas" vira tapa-buracos; "Melhorias na rede de esgoto" meros, desentupir canos; "Revitalização de praça" é nada mais que cortar grama e limpar o local.
No texto oficial, porém, tais ações são vendidas como "compromissos cumpridos" pela administração Eduardo Hagge.

E não para por aí. O secretário municipal de Educação, que também é vice-prefeito, Alécio Chaves (PSB) concedeu uma entrevista para fazer um "balanço" de seus quatro meses à frente da pasta. Resultado? Discurso vago, sem dados concretos, mas com muitos elogios da tropa virtual. Até a tradicional limpeza de início de ano letivo foi rebatizada de "grandes reformas" nas escolas.

Os 100 dias de governo, que costumam ser um marco para apresentar resultados, revelaram o amadorismo da equipe de comunicação. Em um vídeo nas redes sociais, Hagge listou serviços públicos oferecidos há décadas pelo município como se fossem novidades de sua gestão.

Em sucessivas tentativas no estilo 'vai que cola', a equipe do prefeito de Itapetinga tentou usurpar obras originalmente destinadas à líder da oposição Cida Moura (PSD) pelo govenador da Bahia em palanque eleitoral. A manobra, no entanto, foi desarticulada pela vigilância das redes oposicionistas, que desmontaram a propaganda governista.

Secretários municipais de diversas pastas até tentam embarcar na onda do "vai que cola", mas constantemente são criticados pelas redes opositoras e viram alvo de zombaria nas plataformas digitais. Alguns acabam desistindo para não se expor. Mesmo com o núcleo dos "quebra-facas" conhecido grupo de apoiadores bancados pela Prefeitura de Itapetinga se esforçarem nas redes para convencer que tapa-buraco é pavimentação, a estratégia raramente cola.

Parece que, em Itapetinga, o marketing criativo tenta compensar a falta de obras criativas.