E aí? União Brasil de José Otávio seguirá com Jerônimo, de Eduardo Hagge, ou com ACM Neto, de Rodrigo?

Isolado, prefeito Eduardo Hagge tenta marchar com Jerônimo, mas enfrenta resistência de aliados e racha com base antipetista. 

Ex-prefeito de Itapetinga, José Otavio Curvelo, com a cúpula do União Brasil.

O tabuleiro político de Itapetinga se tornou um verdadeiro drama político-partidário, onde antigos aliados agora se veem em campos opostos. A principal interrogação do momento é: o União Brasil, liderado localmente pelo ex-prefeito José Otávio, marchará ao lado do atual prefeito Eduardo Hagge (MDB), agora alinhado ao governador petista Jerônimo Rodrigues (PT), ou seguirá com a oposição, liderado pelo ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB), que apoia ACM Neto (União Brasil)?

Eduardo Hagge, eleito sob uma bandeira anti-PT, surpreendeu ao se aproximar do governo estadual petista, um movimento que tem causado estranhamento não só no eleitorado que o acompanhou, mas também em sua própria base política. Essa guinada estratégica, que tenta alavancar recursos e apoio do Executivo estadual, pode custar caro ao prefeito, que, ao que tudo indica, está politicamente isolado.

Um dos principais entraves enfrentados por Eduardo, é a resistência interna do União Brasil. A legenda, comandada por José Otávio, tem histórico de embates com o PT e dificilmente apoiará uma chapa alinhada a Jerônimo Rodrigues. Além disso, vereadores que caminharam ao lado dos Hagge, nas eleições municipais têm rejeitado a ideia de apoiar candidatos petistas. Parte significativa dessa base não admite sequer dialogar sobre marchar ao lado do PT, o que cria um impasse estrutural na formação de um grupo forte para eleição do próximo ano.

Outro ponto de atrito tem sido a forma como o prefeito tem conduzido a administração municipal. Há um sentimento generalizado entre vereadores aliados de que não há espaço para participação efetiva de seus correligionários nos quadros da Prefeitura. A centralização política e a limitação de cargos têm dificultado a articulação de uma base fiel. No fundo, Eduardo Hagge governa, mas não lidera um grupo político, e isso o deixa sozinho num cenário de intensa disputa.

Eduardo Hagge à deriva: vereadores do MDB escolhem Brito e isolam o prefeito (Click Aqui) 

Hoje, Eduardo Hagge conta apenas com o apoio declarado do presidente da Câmara Municipal, Luciano Almeida (MDB). Nem mesmo os vereadores do seu próprio partido parecem dispostos a embarcar em sua próxima empreitada eleitoral. Um exemplo simbólico disso é a resistência ao apoio ao seu candidato a deputado federal, Jaime Vieira Lima (MDB). A maioria dos parlamentares locais já declarou apoio a Antônio Brito (PSD), reforçando o racha dentro do MDB municipal.

Em um contexto ainda mais desfavorável, Eduardo não deverá contar com o apoio de partidos representados na Câmara, como PL, PDT e o próprio União Brasil. O PDT, inclusive, é ligado a Rodrigo Hagge, ex-prefeito, que mantém seu apoio firme a ACM Neto. A legenda, portanto, deve seguir o movimento oposicionista e reforçar a tese de que Eduardo ficará com uma base extremamente reduzida ao lado do governador Jerônimo Rodrigues.

O prefeito Eduardo Hagge parece ter perdido o fio da costura política que o conduziu à Prefeitura. Em um ambiente onde o pragmatismo eleitoral e a fidelidade ideológica se chocam, sua tentativa de se equilibrar entre o apoio a um governo estadual petista e a manutenção de uma base conservadora e antipetista pode levá-lo a um isolamento irreversível. Sem grupo, sem base e com poucas legendas dispostas a caminhar com ele.

É racha, é os Hagge, é vida que segue...