Entre escândalos familiares, alianças rompidas e decisões impopulares, a administração Eduardo Hagge patina, mas com esperanças de virada com ajuda de Lula e Jerônimo.
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Prefeito Eduardo Hagge (MDB) no plenário da Câmara Municipal de Itapetinga. |
Há exatos cinco meses, Eduardo Hagge assumiu a Prefeitura de Itapetinga prometendo transparência, eficiência e renovação. No entanto, o que se vê hoje é um rastro de polêmicas, desmandos e uma administração que parece à deriva, sem rumo, sem credibilidade e intoxicada por doses cavalares de incompetência.
Desde os primeiros dias, as rachaduras no governo Hagge se tornaram evidentes. Nomeações controversas, aliados insatisfeitos e uma sequência de decisões desastrosas marcaram o início de um mandato que, em vez de unir, aprofundou divisões.
O primeiro grande erro veio com a nomeação da então esposa, Zezé Hagge, para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. A decisão, já polêmica, se mostrou um desastre completo. À frente da pasta, Zezé multiplicou gastos, distribuiu altos salários a aliados pessoais e, com um estilo autoritária, passou a concentrar poderes, assumindo de fato o controle da Prefeitura, enquanto o prefeito de direito se tornava figurante.
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Na ânsia de ganhar popularidade nas redes sociais, a ex-primeira-dama extrapolou suas funções e interferiu diretamente na articulação política da base aliada. Vereadores que a contrariavam eram excluídos. O ambiente se tornou insustentável até o escândalo de sua queda: Zezé foi flagrada traindo amorosamente o próprio prefeito, encerrando seu reinado em meio ao escárnio público e ao colapso político. Zezé havia levado caos a gestão, ao provocar brigas entre secretários municípios com frequentes ameaças de demissões. A Prefeitura nessa altura estava ingovernável.
Zezé Hagge sangra a gestão Eduardo Hagge ao plantar bajuladores e colher antipatia (Click Aqui)
Outro ponto crítico da gestão "Gabiraba 3" é a quebra de alianças. Eduardo Hagge chegou ao poder amparado por figuras-chave, mas não hesitou em virar as costas para os antigos aliados em troca de promessas de ganhos políticos imediatos. A maior vítima dessa traição foi seu próprio sobrinho e principal articulador da campanha, o ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB), que, após ter feito sacrifícios para eleger o tio, foi descartado na primeira oportunidade. Após a queda de Zezé, houve uma reaproximação como sobrinho, mas como Eduardo não tem apego aos seus aliados, ele vem impondo condições e exigindo apoio cego para apoiar a candidatura a deputado estadual de Rodrigo.
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A interferência desastrada na eleição interna da Câmara Municipal escancarou o despreparo e o nível de influência de figuras mal-intencionadas ao redor do prefeito. Ao se meter em um pleito que envolvia aliados do gabirabismo, Eduardo causou um racha profundo em sua base. Prova disso são os dois cafés da manhã realizados separadamente com os vereadores, que se recusam a sentar à mesma mesa, fora do ambiente legislativo.
Se as traições minaram o capital político, a incompetência na gestão pública selou a crise. Medidas impopulares, promessas não cumpridas e uma desarticulação completa com a base têm desgastado Eduardo Hagge de forma acelerada. A dificuldade em formar uma equipe sólida e cumprir acordos com os vereadores mostra um prefeito isolado, que não consegue nem administrar a própria articulação política. Para piorar, decisões indefensáveis, como o aumento da conta de água e a criação de taxas absurdas inclusive sobre serviços funerários, só inflamam a insatisfação popular.
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Com a credibilidade em frangalhos e uma base corroída, a pergunta que ecoa nos bastidores é: Eduardo Hagge conseguirá reverter esse cenário ou sua gestão já está condenada ao fracasso? Sem uma mudança radical de postura, o futuro aponta para um desfecho sombrio.
Nos corredores da política municipal, é quase consenso: Eduardo Hagge será um prefeito de mandato único. A quebra de compromissos, especialmente com aliados que foram essenciais na campanha, destruiu a confiança. Para completar, o prefeito ainda precisa enfrentar o desgaste com mais de 3 mil cabos eleitorais empregados na gestão anterior, que se dedicaram à sua vitória e foram deixados de lado assim que assumiu o cargo. Um erro caro, principalmente em uma eleição decidida por uma margem apertada de números semelhantes aos excluídos pelo Tiozão.
Candidato Rodrigo Hagge e o desafio dos 3 mil excluídos pela gestão Eduardo Hagge (Click Aqui)
Com todas as turbulências, a esperança de Eduardo Hagge está depositada no governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), no qual, teria jurado em campanha eleitoral, que jamais se alinharia, mas se alinhou, por promessa de obras estaduais e federais do governo Lula (PT). Como a construção de hospital regional em Itapetinga. Uma salva-guarda, por enquanto, que deve trazer alívio a pressionada e desgastada gestão gabiraba.
Enquanto isso, a população assiste perplexa ao desenrolar de uma gestão que prometeu mudança, mas que, até agora, tem se destacado apenas pelos piores motivos.
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