A conta que não fecha para o ex-prefeito. Do projetar de 15 mil votos em Itapetinga ao abismo de mais de 30 mil necessários para eleger deputado estadual.
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Suposto encontro casual entre o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e o ex-prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB), no Festsol da cidade Itororó. |
A política é um jogo de cartas marcadas, mas Rodrigo Hagge (MDB) parece ter recebido as piores do baralho. Ex-prefeito de Itapetinga, ele agora mira uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), mas os obstáculos são tão grandes que sua campanha já nasce envolta em um clima do “será que vai”.
Rodrigo sabe que precisa de pelo menos 32 mil votos para ter alguma chance. Seu único reduto seguro? Itapetinga, onde tem projeção de conquistar 15 mil votos na eleição 2026, ou seja, menos da metade do necessário. Mesmo que ele conquiste esse feito, terá que garimpar outros mais de 15 mil votos em cidades onde não tem base, nem estrutura, nem aliados sólidos.
E não é só isso. O ex-prefeito precisa de um partido que o eleja com essa votação modesta, o que significa buscar uma legenda nanica, de baixa concorrência interna. Mas até isso é arriscado: sem o apoio de um grande partido, sua campanha pode virar um naufrágio de incertezas antes mesmo de começar.
Enquanto isso, ACM Neto do União Brasil, vive um derretimento de apoio no interior, onde o governador petista Jerônimo Rodrigo avança. Se ACM não conseguir segurar sua base, Rodrigo Hagge pode ser mais uma vítima colateral dessa queda, afinal, sem um puxador de votos forte a nível estadual, sua candidatura fica ainda mais frágil.
Mas o golpe mais cruel vem de dentro de casa. O prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), seu próprio tio, que um dia Rodrigo ajudou a eleger, agora se mostra um aliado de conveniência e das piores. Exige que o ex-prefeito apoie seus candidatos, como Jayme Vieira Lima, primo dos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, figuras notórias da corrupção da política brasileira.
A exigência é um tiro no pé: se Rodrigo aceitar, perde o apoio de simpatizantes do deputado federal Antonio Brito em Itapetinga, como também de eleitores alinhados a extrema-direita bolsonarista na cidade. Se recusar, fica sem a máquina municipal. Vereadores do MDB já sinalizam que marcharão com Brito contra o candidato do prefeito, deixando Rodrigo no fogo cruzado de uma guerra familiar.
Vereadores aliados de Brito rejeitam dobradinha com Rosemberg, mas querem formar com Rodrigo Hagge (Click Aqui)
Restam perguntas dramáticas: Até onde Rodrigo Hagge está disposto a se humilhar por uma vaga? Quanto do seu capital político ele está preparado para queimar? E, no fim das contas, será que essa candidatura não passa de um delírio de grandeza, condenado ao fracasso antes mesmo do primeiro voto?
A resposta pode estar nas urnas. Mas, por enquanto, a única certeza é que, para Rodrigo, a estrada até a ALBA é mais íngreme do que ele jamais imaginou.
É politicagem, é vida que segue...
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