Investigação da PF mira desvio milionário na saúde de Salvador: servidora de Itapetinga foi usada como laranja, mas Prefeitura não é alvo da operação.
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Sede da Prefeitura Municipal de Itapetinga - Bahia. |
Apesar de o nome de uma servidora da Prefeitura de Itapetinga ter surgido entre os alvos da Operação “Dia Zero”, deflagrada na quinta-feira (12/06) pela Polícia Federal (PF), a administração municipal de Itapetinga não figura entre os investigados da operação, é o que aponta até o momento a primeira fase das investigações. A ação apura um esquema de corrupção envolvendo contratos milionários da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador com o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS).
Segundo a decisão da 2ª Vara Federal Criminal de Salvador, a servidora Barbra Wailes Sá da Nova, que exerce função na Prefeitura de Itapetinga, teria sido utilizada como sócia de fachada da empresa Medical Solutions – Comércio e Serviços de Equipamentos Hospitalares Ltda, uma das peças-chave no suposto esquema de desvio de recursos públicos. O vínculo da servidora com o município, no entanto, não tem relação com os fatos investigados.
O bloqueio de bens determinado pela Justiça inclui até R$ 29,2 milhões em contas vinculadas a Barbra Wailes e a seu irmão, Allan Wailes de Holanda Cavalcanti, superintendente de Planejamento do INTS e apontado como um dos articuladores do esquema. Ambos são suspeitos de integrar o grupo por meio de empresas laranjas utilizadas para a lavagem de dinheiro.
Fontes da Prefeitura de Itapetinga confirmaram que não há qualquer investigação formal envolvendo a administração municipal ou contratos do município com o INTS. A presença do nome da servidora entre os alvos da operação se deve única e exclusivamente ao seu envolvimento pessoal e familiar com o grupo investigado em Salvador.
A investigação da Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF), mira um esquema de corrupção, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa que teria atuado por mais de uma década. O principal foco é o contrato nº 193/2013 firmado entre a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador e o INTS, com um prejuízo estimado de R$ 46,2 milhões aos cofres públicos.
Foram determinados bloqueios de valores em contas bancárias de dezenas de investigados, incluindo dirigentes do INTS, empresas de fachada, servidores públicos e seus familiares. Também houve o sequestro de bens e afastamento de servidores envolvidos.
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Embora o nome de uma servidora de Itapetinga esteja vinculado à investigação, não há indícios de envolvimento da Prefeitura de Itapetinga no esquema de desvio de recursos públicos. O caso reforça a importância de separar responsabilidades individuais de vínculos institucionais, especialmente em investigações de grande repercussão.
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