Rodrigo Hagge amplia base de apoio a estadual, enquanto PT de Rosemberg pena após aliança com gabirabas

PT de Itapetinga começa a perder base histórica após aliança com grupo dos Hagge e vê Rosemberg enfraquecer.

Ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB) e deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), devem disputar votos de Itapetinga por cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).  

A “pulada de muro” do PT de Itapetinga, que abandonou a oposição e mergulhou de cabeça no ninho gabiraba logo após a eleição municipal, pode sair muito mais cara do que se imaginava. Eleitores do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), que o apoiaram no pleito passado, já veem com simpatia a candidatura estadual de Rodrigo Hagge, em meio a uma debandada que se intensificou após a legenda petista se aliar ao atual prefeito, Eduardo Hagge.

Ao caírem no colo do clã Hagge, petistas raízes já percebem que o movimento de troca de lado representa mais do que um erro estratégico. É o início de um isolamento político cada vez mais evidente em sua principal base na cidade. Após a migração para a base governista local, muitos eleitores petistas passaram a enxergar com bons olhos a candidatura do ex-prefeito de Itapetinga como uma alternativa a três eleições consecutivas votando em Rosemberg Pinto.

Análise: as exigências impostas por Eduardo Hagge a Rodrigo Hagge para apoiá-lo em 2026 (Click Aqui) 

Como o ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB) nada tem a ver com os problemas internos do PT, começa a costurar com habilidade de cirurgião sua base de apoio à candidatura a deputado estadual, já contando com o apoio de dez vereadores, incluindo até nomes vindos da oposição. Enquanto isso, Rosemberg amarga o esvaziamento do apoio, sem que o PT consiga reagir, sustentado por um quadro de filiados envelhecido e paralisado, em que se vê a influência do deputado minguar a olhos vistos.

Itapetinga: do amarelo ao vermelho a guinada que deixa Rodrigo Hagge e bolsonaristas roxos de raiva (Click Aqui)

A única trincheira que restou ao petista na Câmara de Itapetinga é a combalida vereadora Sibele Nery (PT). Mas até aí o apoio tem gosto amargo. Eleita em palanque opositor, Sibele protagonizou um verdadeiro “salto triplo carpado” rumo ao colo do prefeito Eduardo Hagge (MDB), poucos dias após o encerramento das eleições. A “traição narrativa”, vista como oportunismo por sua própria base, queimou sua imagem entre os eleitores. E agora, a conta chega para Rosemberg.

Com uma legenda que parece congelada no tempo, sem renovação, sem vozes novas e com quadros exauridos, o PT local virou uma espécie de relicário político: reverenciado por poucos e ignorado por muitos. O resultado? Segundo uma pesquisa interna à qual o IDenuncias teve acesso, Rosemberg Pinto deve alcançar menos de 4 mil votos em Itapetinga, número inferior aos mais de 5 mil obtidos na eleição anterior.

Ou seja, com a oposição desidratada, mas ainda demonstrando força por ter uma candidata em 2028, o PT de Rosemberg caminha para disputar votos em circuito fechado, dependendo exclusivamente de lealdades antigas e apoios que, na prática, já não representam o simbolismo de outrora. Enquanto isso, Rodrigo Hagge aproveita o vácuo, articula com pragmatismo e prepara o terreno para chegar à Assembleia Legislativa da Bahia com força dos votos de Itapetinga. O contraste é tão gritante quanto simbólico: de um lado, um novo projeto que se expande; do outro, uma liderança que encolhe.

Governador retorna a Itapetinga com apoio dos Hagge e Moura juntos, mas não misturados (Click Aqui) 

Se há alguma ironia nisso tudo, é o fato de que foi justamente o abandono do papel de oposição, marca histórica do PT, que acelerou o desgaste de sua principal figura na cidade. A aliança com os gabirabas, que deveria garantir estabilidade e espaço, está cobrando um preço que talvez nem o próprio Rosemberg consiga mais pagar.

É MDB vs PT, é vida que segue...