PGR pede autorização ao Supremo para investigar os responsáveis dos atos de domingo. Suspeita da participação de deputados e senadores
Presidente Jair Bolsonaro no ato antidemocrático em Brasilia frente a QG militar do Exercito. |
Um dia após os atos antidemocráticos que teve a presença do presidente da Republica Jair Bolsonaro em Brasília. O procurador-geral da republica Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para abertura de inquérito para apurar possível crime de violação à Lei de Segurança Nacional nos protestos ocorridos no último domingo (19).
O pedido de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) é a suspeita que por trás das manifestações antidemocráticas esteja envolvido políticos com foro especial, como deputados e senadores, como prováveis patrocinadores dos atos.
O procurador-geral não menciona a participação do presidente Bolsonaro na manifestação frente ao Quartel General (QG) em Brasília, em que pedia a intervenção militar e fechamento das instituições, mas justificou autorização do STF que os atos foram cometidos “por vários cidadãos, inclusive deputados federais”. Os parlamentares possuem prerrogativa de foro perante a Suprema Corte.
Para Aras, os fatos em tese delituosos envolvendo a organização de atos contra o regime da democracia participativa brasileira, o que violaria a lei de segurança nacional.
A presença de Bolsonaro na manifestação, em que apoiadores pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF, gerou forte repercussão negativa entre políticos, ministros da Suprema Corte e entidades e até da imprensa internacional que cobra uma reação do Congresso contra o presidente.
A PGR deixou claro, que Bolsonaro não é alvo do inquérito pois até o momento não há indício de participação dele na organização dos atos. Um integrante da cúpula da PGR ouvido reservadamente pela reportagem do Estado de S.Paulo informou que o inquérito “não tem alvo” e sim “investigação para apurar autorias”.
Fontes de bastidores afirmam que as investigações que deve ser autorizada pelo Supremo, deve atingir movimentos de apoio a Bolsonaro, como o radical “Movimento Conservador”. Antigo Direita Brasil, fundado em 2016, o movimento defende a revogação do Estatuto do Desarmamento e o projeto de lei Escola sem Partido. Também se posiciona contra a legalização do aborto, assim como a neutralidade das instituições como STF e Congresso Nacional. O movimento, tem quase 400 mil seguidores no Facebook.
Na manhã desta segunda (20), Bolsonaro tentou por diversas vezes jogar a culpa pela repercussão negativa de sua ida em ato antidemocrático na imprensa por vincular sua participação no ato que pediu intervenção militar no País e pregou a “deposição” de governadores. Sob aplausos , ele perguntou aos jornalistas: “Onde vocês estão com a cabeça? Falta um pouco de inteligência para aqueles que me acusam de ser ditatorial”.
Em recuou, o presidente disse que não poderia conspirar contra ele próprio. “O pessoal geralmente conspira para chegar ao poder. Eu já estou no poder. Então, eu estou conspirando contra quem, meu Deus do céu? Eu sou, realmente, a Constituição”, afirmou Bolsonaro.
O Bolsonaro não apenas irritou os membros do Congresso e STF, mas também a cúpula do alto comando das Forças Armadas, furiosos, disparou, “servimos o Estado brasileiro e não ao governo”. O recado da cúpula militar deixou claro a Bolsonaro, que não remará no mesmo barco com ele.