Em meio a criticas de 'genocida', por má gestão na pandemia, membros do governo reagem a manifestação contra Bolsonaro.
"Os velho tempos de Bolsonaro e seus generais da ditadura militar estão de volta, isso, em plena democracia. Acredite a policia acaba de prender manifestantes por chamarem o presidente de 'genocida'. "Abaixo a Ditadura”". Essas são as palavras de um internauta nas redes sociais indignado com as prisões de manifestantes pela PM de Brasília.
A Polícia Militar do Distrito Federal prendeu, nesta quinta-feira (18), cinco manifestantes que abriram uma faixa em frente ao Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, chamando o presidente Jair Bolsonaro de "genocida". A PM justificou as prisões, ao afirmar que eles infringiram a Lei de Segurança Nacional e foram encaminhados para uma unidade da Polícia Federal, já que os delitos enquadrados nessa lei são crimes federais.
Policia Militar do Distrito Federal, prende manifestantes com cartaz chamando o presidente Jair Bolsonaro de 'genocida'. |
Após prestarem depoimento, os manifestantes foram liberados pela PF. Segundo deputados federais que acompanharam o assunto, a PF considerou não ter havido crime na conduta deles.
A faixa chamava o presidente de "genocida" e o associava a uma suástica, símbolo do regime nazista de Adolf Hitler na Alemanha, que foi responsável por uma política de extermínio de 6 milhões de judeus, segundo cálculos de historiadores.
Os manifestante afirmaram que "nunca imaginariam que poderiam ter problemas na manifestação de hoje, até porque foi uma manifestação pacífica".
A crítica de "genocida" contra o presidente tem sido feita por opositores de Bolsonaro devido aos equívocos da sua gestão no combate à pandemia, que já matou mais de 280 mil vítimas da Covid-19. O resultado dessa gestão é comparado por seus opositores a um genocídio contra o povo brasileiro.
O serviço de inteligência do governo Bolsonaro, vem usando a internet para monitorar suspeitos de ameaça ao presidente, com isso, a Lei de Segurança Nacional tem sido utilizada com frequência a favor do governo.
Recentemente, a Polícia Federal ou a Polícia Civil nos Estados têm aberto diversos inquéritos para investigar pessoas que chamaram Bolsonaro de "genocida" ou fizeram outras críticas ao presidente.
Um dos casos recentes foi contra o youtuber Felipe Neto, ao chamar Bolsonaro de "genocida" estava sendo alvo de investigação pelo delegado Pablo Sartori, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro, a pedido do filho, o zero dois, do presidente, vereador Carlos Bolsonaro. A investigação foi interrompida após a Justiça do Rio conceder liminar para suspender ação na policia contra o youtuber.
Influenciador digital Filipe Neto, foi alvo da policia do Rio, por chamar o presidente Bolsonaro de 'genocida'. |
E não para aí. Em Tocantins, a frase com expressão em um outdoor 'Não vale um pequi roído', que no popular, quer dizer algo sem valor ou importância, pois "roído" é o fruto sem polpa, apenas com o caroço, que é cheio de espinhos. Deixaram irritados o presidente e seu Ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, que acionou a Polícia Federal para que se abra uma investigação por duas placas de outdoor com críticas ao presidente Jair Bolsonaro em Palmas. O outro outdoor traz a mensagem “Ai meente! Vaza Bolsonaro. #OTocantinsQuerPazJá!".
Idealizador do outdoor é alvo da ação da policia federal após pedido do Ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro. |
O cientista social Tiago Rodrigues, de 36 anos, é um dos idealizadores da iniciativa. Segundo ele, a arte é uma opção por anúncios mais divertidos, com mensagens diretas e trazendo referências locais. Ao todo, 60 pessoas colaboraram com a iniciativa, que arrecadou R$ 2,5 mil reais.
Outro outdoor que provocou a fúria do presidente e seu ministro da Justiça.
Com base na Lei de Segurança Nacional, o ministro da Justiça, quer responsabilizar judicialmente qualquer pessoa que queira expor outdoors ou cartazes ofensivos contra o presidente Jair Bolsonaro.
A ofensiva do governo contra manifestantes, provou outra ofensiva nas redes sociais, que foram inundadas de postagens chamando Bolsonaro de 'genocida', no verdadeiro dito, "o feitiço virou contra o feiticeiro".