Caso do falso médico expôs o preço do silêncio da imprensa de Itapetinga

Caso do falso médico expôs o preço do silêncio da imprensa de Itapetinga

Por R$ 800 a 300 reais de patrocínio mensal, grande parte da imprensa de Itapetinga tentou ocultar o caso do falso médico na Fundação José Silveira.


Fundação José Silveira, gestora da Hospital Cristo Redentor atuou para abafa o escândalo do falso médico.


O episódio do falso médico que atuava no Hospital Cristo Redentor, não só ganhou notoriedade momentânea na grande mídia nacional como também expôs a já existente fissura da imprensa paga de Itapetinga.

O caso que envolve a instituição filantrópica Fundação José Silveira, com finalidade “prá-la de lucrativa”, antes que alguém diga que é de finalidade não lucrativa, esteve no centro de um imbróglio assustador de permitir que um estudante de medicina de escola paraguaia, atuasse como médico na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Cristo Redentor, administrada pela Fundação. Suspeita que a negligência teria provocado mortes de pacientes. O fato está sendo investigado pela polícia.

A notícia que correu país a fora foi surpreendentemente contida dentro da cidade por grande parte da mídia local, onde o fato ocorreu. A ampla e esmagadora maioria dos sites e blogs existente no município incluído emissoras de rádio, tivera papel determinante em tentar ‘colocar panos quentes’ em uma tentativa de amenizar o escândalo do falso médico, mesmo o fato ganhando repercussão nacional.

Com IDenuncias sendo o primeiro site a noticiar o caso do falso médico na cidade, os demais não seguiram em frente e preferiram noticiar fatos irrelevantes mesmo diante a gravidade das acusações de negligência que paira sob a Fundação José Silveira.

O fato de interesse público se tornou rapidamente de interesse privado, para maioria dos blogueiros e gerentes de emissoras de rádio, noticiar a história do falso médico poderia provocar prejuízos financeiros aos cofres das emissoras assim como nos bolsos dos blogueiros.

Assim que veio a tona o escândalo do falso médico, a gestão da Fundação José Silveira entrou em campo, como na partida Brasil x Alemanha no Maracanã onde os alemães aproveitaram o apagão da seleção brasileira e enfiou 4 gols em apenas 6 minutos, mas para a Fundação, só precisou de apenas 1 minuto de contatos via WhastApp para barrar o noticiário na mídia local patrocinada pela instituição filantrópica. E aos proprietários de blogs que ainda não desfrutava do patrocínio da Fundação receberam a promessa de incentivo financeiro se caso não divulgasse o escândalo em seus sites.

Com tudo dominado, grande parte da imprensa de Itapetinga expôs a ausência da credibilidade jornalística em suas publicações por R$ 800 a 300 reais de patrocínio mensal para ocultar a verdade. Quem perde? Todos! Ao ver que a notícia jornalística e publicidade se misturaram de maneira preocupante. Dizer a verdade na mídia de Itapetinga sempre teve um preço, mas escancarar dessa forma foi uma burrada que terá consequências futuras, mesmo que esses digam a verdade algum dia.