Intervenção de partidos feito na comissão especial revela que, se votação fosse hoje, texto sobre voto impresso seria derrotado.
Bolsonaristas com faixa que pede o voto impresso em manifestação pro-presidente na orla de Copacabana no Rio de Janeiro. |
Acusado de omissão na pandemia por levar a morte de mais de meio milhão de brasileiros. Investigado por prevaricação no esquema de corrupção no caso da Covaxin. Derretimento na popularidade. Lula disparado nas pesquisas. Esses são os ingredientes corrosivos na imagem do presidente Jair Bolsonaro, que busca desesperadamente uma justificativa de uma eventual derrota na eleição presidencial 2022.
O único caminho encontrado por Bolsonaro para tal justificativa seria um pleito sem o 'voto impresso' ou aditável, sem esse mecanismo de urna eletrônica a eleição seria uma fraude o que levaria Lula para a presidência da republica. “Se não tivermos o voto auditável, esse canalha, pela fraude, ganha as eleições”. Assim, fala Jair Bolsonaro!
Mas com o mundo desabando sob sua cabeça com acusações de corrupção em seu governo. Bolsonaro vê o sonho do 'voto impresso' indo para ralo do Congresso. Sustentar a narrativa de fraude sem apresentar provas e com a credibilidade abalada por escândalos, tá fincando difícil para presidente angariar apoio, seja nas ruas, seja no Congresso Nacional.
Percebendo o declínio de Bolsonaro, deputados já apontam que, se a votação da emenda constitucional que prevê a adoção de 'voto impresso' fosse hoje, a proposta seria derrotada por uma margem apertada na comissão especial. Que dirá em uma votação em plenário nas duas Casas, Câmara e Senado.
A união de partidos políticos foi primaz para derrubar o sonho bolsonarismo de criar uma celeuma nas apurações com infinito pedido de recontagem de votos. A estratégia das legendas foi remover grupo parlamentares favoráveis ao texto, houve uma reversão de expectativa na comissão, que antes era composta por maioria favorável ao projeto defendido com frequência pelo presidente Jair Bolsonaro.
Nos 25 anos de experiência com as urnas eletrônicas nunca houve uma denúncia séria sobre qualquer falcatrua. Com isso, por incrível que pareça, o Brasil virou um exemplo de eficácia, rapidez e transparência na apuração de eleições.
Os partidos contrários ao texto fizeram 11 movimentações na comissão, substituindo titulares por outros nomes e promovendo suplentes. A condição é que esse parlamentar vote contra o texto. O capricho de Bolsonaro, para justificar uma eminente derrota, custaria aos cofres públicos um investimento de 2 bilhões de reais.