Nome de mãe do prefeito Hagge no prédio da Câmara não é homenagem é puro puxa-saquismo dos vereadores

Nome de mãe do prefeito Hagge no prédio da Câmara não é homenagem é puro puxa-saquismo dos vereadores

Em uma demonstração de puro interesses político, vereadores de Itapetinga, homenageia o nome da ex-vereadora Virginia Hagge no prédio do Legislativo, com um legado assombroso na Câmara.  

Nome de mãe do prefeito Hagge no prédio da Câmara não é homenagem é puro puxa-saquismo dos vereadores
Vereadores da Câmara Municipal de Itapetinga, aprova por unanimidade nome da mãe do prefeito Rodrigo Hagge, no prédio do Parlamento Municipal.


Aprovado na Câmara Municipal de Itapetinga, por unanimidade, um projeto de lei de autoria da Mesa Diretora que é controlada por vereadores leais ao prefeito Rodrigo Hagge (MDB), que "denomina a “Câmara Municipal Virginia Hagge” o atual prédio da Câmara de Vereadores de Itapetinga e dá outras providências”. Assim tá escrito na ementa do Projeto de Lei que será sancionado pelo prefeito, uma denominação sem o nome da cidade.

O projeto de lei aprovado em 30/06, no plenário da Câmara de Itapetinga é a mais pura demonstração de puxa-saquismo dos 15 vereadores que integram atual legislatura 2021 – 2024. O nome no prédio do Legislativo Municipal de Virginia Hagge, mãe do atual prefeito Rodrigo Hagge (MDB) não seguiu qualquer regra ou legado para tamanha honraria no terceiro maior poder público do município.

A homenageada que faleceu aos 56 anos em junho do ano passado, foi vereadora por apenas 2 anos na Câmara de Itapetinga. Eleita em 2004, Virginia presidio o Legislativo sob a benção do seu pai, o prefeito Michel Hagge (MDB), eleito gestor municipal naquele ano. Porém, Virginia, que deixou a Câmara em janeiro 2007, para assume uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia, como deputada estadual, ela conseguiu deixar um rastro de confusão no Legislativo de Itapetinga de envergonhar qualquer político da época, e com forte repercussão negativa na imprensa baiana.

Ao tentar aplicar a maior expertise na historia do Legislativo Municipal, Virginia que deixaria a Câmara para assumir a cadeira de deputada, presidiu a sessão de eleição para nova composição de membros da Mesa Diretora, ou seja, novo presidente. Para que o Legislativo não caísse nas mãos do maior adversário político do seu pai, o então vereador Zildo Carvalho (PL), o mais velho dos parlamentares, ela, manobrou ao tirar de contexto um trecho do Regimento Interno, que a fez votar duas vezes. Isso mesmo! Duas vezes, de um Parlamento de então 10 vereadores apareceram 11 votos na urna de votação para novo presidente. 

Graças à jogada da então presidente Virginia Hagge, o voto adicional elegeu o médico Dr. José Roberto Menezes (PSDB) em uma votação de 5 a 5 para cada chapa, no Parlamento de 10 vereadores. Geralmente em caso de empate, em qualquer eleição, o critério de desempate é por idade, e Zildo Carvalho era o decano na Câmara na época.

A imprudência da vereadora e presidente Virginia Hagge, teve consequências que “levaram a presença de policiais militares fortemente armados, inclusive com metralhadoras, no plenário e corredores da Câmara de Vereadores de Itapetinga, na sessão realizada na noite do dia 7 de março 2007, foi o estopim para aumentar a tensão entre os dois grupos que hoje disputam a direção da Casa”. Esse é o inicio da matéria publicada pelo Jornal Atarde. [veja aqui]. 

O comandante da 8ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), major Roosevelt Salustiano Santos, justificou na época, a presença da tropa nas dependências da Câmara de Itapetinga. “Requisitada por quem estiver no exercício da função a polícia pode adentrar sim o recinto e acredito, inclusive, que a nossa entrada foi tão somente pacificadora e providencial.” Esclareceu o comandante.

“A população está confusa e não entende o que está acontecendo. De um lado, a chapa 2, eleita no ano passado, entende que o vereador José Roberto Menezes é o presidente legítimo respaldado pela Súmula 405 do Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, a outra chapa, liderada pelo vereador Zildo Carvalho, assumiu a direção da Câmara com base em liminar do Tribunal do Estado.” Conclui a matéria do jornal A tarde.

Toda a confusão gerada pelo grupo ligado ao prefeito Michel Hagge, que queria a todo custo afrontar o judiciário, foi patrocinado pelo próprio judiciário, quando desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia derrubavam decisões de colegas de TJBA para beneficiar o presidente eleito com um voto a mais de Virginia, Dr. José Roberto. A confusão gerou um vaivém de presidentes: ora Zildo, ora José Roberto. E só teve um fim, com a decisão do colegiado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), 3ª instância do judiciário, que bateu o martelo e decidiu que o presidente seria o mais velho, o vereador Zildo Carvalho. E com um detalhe, o relator ministro Humberto Martins, havia alertado, se houve qualquer tentativa de impedir a posse de Zildo, a autoridade policia teria ordem de prender qualquer político ou vereador que tentasse impedir o cumprimento judicial.

Esse foi o legado que a vereadora Virginia Hagge deixou na Câmara de Itapetinga, em dois anos de mandatos, e que hoje, levará o nome do prédio em sua homenagem na curta temporada como legisladora municipal. O mesmo se diz sobre sua apagada atuação como deputada estadual, que não conseguiu renovar o seu mandato, e como prêmio de consolação por sua derrota conseguiu uma vaga de comissionada da Assembleia Legislativa da Bahia, como assessora indicada pelo deputado e ex-ministro preso, Geddel Vieira Lima.

Nome para o Legislativo vindo do passado é que não falta para uma justa homenagem sem influência de vereadores que beira o puxa-saquismo para agradar o prefeito Rodrigo Hagge e assim levar vantagem em barganha com o chefe do Executivo municipal. Os ex-vereadores: Américo Nogueira, o primeiro presidente; Clodoaldo Costa, a sensatez; Hilda Gama, a primeira mulher presidente; Romulo Schettinni, o articulador; Evandro de Andrade; o ex-vereador e prefeito de Itapetinga. Falecidos, e com legados seja na Câmara, seja na Prefeitura como gestor. Todos prontos para uma justa homenagem sem bajulações, mas por méritos.