Ao arquivar caso do Pastor Evandro, MP de Itapetinga prova que crime de vereadores compensa

Ao arquivar caso do Pastor Evandro, MP de Itapetinga prova que crime de vereadores compensa

Com o caso do Pastor Evandro na gaveta, o promotor de Justiça Gean Carlos Leão volta à arquivar mais um caso de repercussão envolvendo vereadores de Itapetinga.

Ao arquivar caso do Pastor Evandro, MP de Itapetinga prova que crime de vereadores compensa
Promotor de Justiça arquiva provas colhidas por sites dos supostos crimes de corrupção do vereador Pastor Evandro (PSD) de Itapetinga.

A história se repete, mesmo enredo, mesmo crime que envolve dinheiro público na Câmara Municipal de Itapetinga. Assim como no caso dos assessores laranja para prática das rachadinhas na legislatura passada. O Ministério Público de Itapetinga (MP) provou mais uma vez, que crimes cometidos por vereadores compensa, ao arquivar o caso do vereador Pastor Evandro (PSD) que embolsou e desviou o dinheiro público de diárias de viagens do Legislativo Municipal.

O site Bocão News, escancarou o uso das diárias cedidas ao vereador Pastor Evandro que desviou a finalidade declarada em documento interno da Câmara de Itapetinga e publicado no TCM – Tribunal de Conta dos Municípios da Bahia, que inicialmente teria proposito de visita a deputado federal em Salvador, e o Pastor desviou da rota para fazer turismo religioso em visita ao Templo de Salmão em São Paulo. A prova do crime? Foi publicada na própria rede social do Vereador Pastor, que postou a viagem de avião a capital paulistana. 

E não para por aí. O pastor aplicou outro “171” no uso de diárias. Ao requisitar três diárias no valor R$ 1.830,00 para uma viagem a Salvador, nos dias 04,05 e 06 de agosto, o pastor vereador não viajou, ele foi flagrado na sessão plenária do dia 5 de agosto na Câmara de Itapetinga. Desta vez, o vereador embolsou o dinheiro das diárias. O caso foi revelado pelo IDenuncias

Flagrado na sessão da Câmara, vereador Pastor Evandro simulou viagem a Salvador só para receber diárias
Flagrado na sessão da Câmara, vereador Pastor Evandro simulou viagem a Salvador só para receber diárias. (VEJA AQUI)

Diante de fatos comprovatórios do crime cometido pelo vereador Pastor Evandro, o arquivador público de justiça Gean Carlos Leão, decidiu fazer o que o que ele faz de melhor, jogar as sujeiras suspeitas de corrupção na gaveta do MP de Itapetinga. Para justificar mais um arquivamento, o promotor afirmou não ter encontrado prova ou vestígio de má-fé por parte do edil.

Com argumento contumaz para arquivar casos suspeitos de corrupção o promotor público utiliza brechas na lei e jurisprudências para justificar o engavetamento de denuncias contra políticos, atua, como se fosse um advogado de defesa. No trecho de sua decisão Gean Carlos Leão, concluiu  que não há necessidade de investigação por  falta de justa causa, isso, diante de fatos gritantes do crime do vereador, e promove o arquivamento: 

“Desse modo, não sendo o caso de adoção de medidas extrajudiciais ou judicial por parte do Ministério Público Estadual tampouco a necessidade da instrução de instrumento investigativo, por falta de justa causa, promovo o ARQUIVAMENTO da presente Notícia de Fato, na forma do art. 4, I, da Resolução nº 174/2017, do CNMP, e arts. 4º e 5º, da Resolução nº 006/2009, do MPBA. Publique-se o Extrato no Diário Oficial. Notificação ao interessado a exceção do noticiante anônimo...”. 

Se para o arquivador público de justiça Gean Leão, os fatos noticiados por sites não prova a má-fé do vereador pastor, a utilidade do Ministério Público em Itapetinga está em xeque. Não se sabe se é por preguiça, incompetência, ou por má vontade de investigar os fatos. Mas o quem se sabe, é que esse último arquivamento representa a segunda sujeirada jogada na gaveta do MP pelo mesmo promotor público em casos de repercussão.

Assim como no caso das assessorias laranjas na Câmara de Itapetinga publicados em série pelo IDenuncias, que provou a existência do esquema no Legislativo, ao publicar imagens dos assessores laranjas dos vereadores e provar que havia a prática das rachadinhas no Parlamento. O arquivador público de justiça provou em dose dupla que pode tudo na Câmara de Itapetinga, o que não pode é ser honesto com o dinheiro público. Assim fica difícil acreditar em uma instituição nascida para defender os interesses públicos com cara de Defensoria Pública.