Enchente deixa mais uma lição para Itapetinga sobre avanço de casas às margens do rio Catolé

Enchente deixa mais uma lição para Itapetinga sobre avanço de casas às margens do rio Catolé

Com crescimento econômico, Itapetinga teve uma explosão de construções de casas próprias em áreas alagadas na última grande enchente dos anos 80.

Enchente deixa mais uma lição para Itapetinga sobre avanço de casas às margens do rio Catolé
Imagem extraída das redes sociais, foto aérea do fundo da moradia habitacional Moacir Moura no bairro Nova Itapetinga.  

Do ano de 1981 até dezembro 2021, passaram se 40 anos e nada sobrou da lição da última grande enchente que vitimou uma professora do ensino básico, ela foi arrastada pelas águas do rio ainda dormindo em sua cama. As fortes chuvas que caiaram na região Sudoeste naquela época provocaram um efeito dominó de quebra de barragens que emundaram parte de alguns municípios e surpreendeu a população de Itapetinga na madrugada provocando alagamentos em áreas em sua maioria não habitável, porém, havia atingindo famílias que residiam nas proximidades da margem do rio Catolé. 

A partir daquele ano, a então gestão municipal abandonou qualquer plano de expansão do município que incluía a construção de residências próximas às margens do Catolé, que 4 anos depois, em 1985, enfrentou outra enchente, de menos proporção.

Décadas se passaram o município de Itapetinga sofreu apagão da trágica madrugada da enchente dos anos 80. Com o ciclo de desenvolvimento econômico chegando ao município com a vinda da Calçados Azaleia no fim dos anos 90. A cidade teve a necessidade de expandir, e aproveitou o vácuo do maior programa habitacional do país, Minha Casa, Minha Vida, para uma explosão de construção de residências em áreas alagadas na última grande enchente com venda de lotes de terrenos ainda mais próximo das margens do rio. Tudo, sob aval das autoridades públicas.

O resultado do apagão da enchente dos anos 80 que permitiu o loteamento em áreas consideradas de risco no passado, teve seu custo hoje, e é considerado alto, no pior natal de todos para parte da população que residente próximos as margens do rio Catolé. Em Itapetinga as áreas mais afetadas pelas enchentes, foram justamente as residências próximas do rio. 

Na noite natalina de 2021, moradores foram surpreendidos com mais uma enchente, e desta vez às aguas do Catolé demonstrou toda sua fúria, sem fazer vítimas fatais até o momento, mas provocou um estrago financeiro nas vidas de cidadãos que viram seu único patrimônio com todos os seus pertencem irem por água abaixo.

Com futuro incerto, os hoje, desabrigados pela enchente do Catolé vivem um dilema do retorno as sua casa após o inicio da evacuação das águas do rio, isso, caso as chuvas derem trégua. O temor de perder tudo novamente já fazem famílias reavaliar a permanência no mesmo local de moradia, outros, já pensa diferente, querem continuar na localidade emundada, enquanto a maioria esta a espera das autoridades públicas a ofertar uma alternativa de moradia, por não ter como custear a compra de lotes em outras áreas, assim como, a construção de uma nova residência.

A lição deixada pela nova enchente que provocou estragos financeiros a população na noite de natal, é um alerta para atual e futura gestões municipais, que precisam impor regras rígidas para impedir que mais casas sejam construídas nas proximidades do Catolé. Com o loteamento próximo do Parque da Matinha, que no passado foram emundadas nas enchentes de 1981 e 85 e voltou a ser emundada novamente, mesmo com a construção de muro de contenção na margem do rio.

Nas redes sociais uma série de imagens e vídeos postados por pessoas de diversas localidades do município de Itapetinga, exibiram a fúria do Catolé e o sofrimento de moradores que lamentavam a perda de patrimônio para as águas do rio. Veja uma panorama aéreo extraído das plataformas sociais de Itapetinga após as enchentes.  


Há poucos meses, a ida de um empresário construtor de casas na Câmara Municipal teve objetivo de pressionar os vereadores a intermediar com o prefeito a liberação de alvará ambiental em uma área na margem do Catolé para construção de um espaço de lazer já que o município havia vetado a construção de casas. Com essa última enchente, toda essa área está debaixo d’agua.

Neste domingo (26), o prefeito de Itapetinga Rodrigo Hagge (MDB), declarou o município em "condição anormal, caracterizada  como  'Situação  de Emergência' as áreas do Município de Itapetinga  atingidas  por  enxurradas e/ou inundações brusca". Com decreto Emergencial o gestor cria uma Comissão formada por secretários municipais para proceder levantamento minucioso dos estragos causados  pelas  chuvas  que  vem atingindo a cidade, com a incumbência de indicar as providências técnicas para recuperação dos danos constatados, inclusive com recomendação de distribuição de matérias e bens  às pessoas necessitadas e realização de obras e serviços.