Planejado na Prefeitura de Itapetinga, vereadores e servidores públicos do Executivo invadem o Poder Legislativo para realizar eleição interna após ser cancelado pelo presidente da Câmara.
Maioria dos invasores a Câmara Municipal de Itapetinga era formado por servidores público em cargos de confiança na Prefeitura. |
Das confusões registradas na Câmara Municipal de Itapetinga ao longo de décadas, a da sexta-feira (22), foi a mais surreal de todas. Quando vereadores e servidores públicos da Prefeitura invadiram o Poder Legislativo para realizar uma sessão ilegal de nova Mesa Diretora, após o presidente Valquirio Lima (PSD), ter cancelado o edital de convocação de eleição interna na quarta-feira (20) e publicado em Diário Oficial.
A ordem para invadir a Câmara de Itapetinga e realizar o pleito que supostamente elegeria o vereador João de Deus (MDB) partiu do gabinete do prefeito Rodrigo Hagge (MDB), que mobilizou todos os secretários municipais e servidores públicos em cargos de confiança, a realizar uma baderna histórica na Casa do Povo. Diante da ação orquestrada pela Prefeitura, o presidente da Câmara acionou a Policia Militar a dá segura ao Poder Legislativo.
Sob pretexto, que não foram comunicados por escrito do cancelamento do edital de convocação os vereadores: Manu Brandão (MDB), Neto Ferraz (PSC), Anderson da Nova (UB), Eliomar (MDB), o Tarugão, Luciano Almeida (MDB), Peto (MDB), Tuca da Civil (republicano), Helder de Bandeira (PSC), João de Deus (MDB), Pastor Evandro (PSD) e Gêge (PSB), municiado com servidores da prefeitura invadiram o plenário da Câmara para realizar a força a eleição interna, mesmo com edital de cancelamento sendo publicado em Diário Oficial. Por força da lei, o presidente Valquirio Lima, tem até o dia 31 de dezembro deste ano para realizar a eleição de nova Mesa Diretora.
A invasão a mando do prefeito do Hagge, contou com absurda participação da Guarda Municipal, que por finalidade de existência é preservar a segurança do patrimônio público municipal e dos Agentes de Trânsito, essa, chefiada pelo coordenador da Comutran de Itapetinga, Claudio Silva um dos mais exaltados dos invasores ao Legislativo.
Daí, adiante uma show de bizarrice fora dos padrões em um país de direitos democrático entre poderes. Quando um bando de servidores públicos da Prefeitura começaram a invadir os gabinetes atrás do interromper geral após o fornecimento de energia ser interrompido. Os servidores do legislativo foram ameaçados nos gabinetes por invasores, no caso, os servidores da Prefeitura, com aviso intimidador de “não se intrometam”.
E não para por aí. A maioria dos assessores parlamentares dos vereadores que motivaram ação inconstitucional estavam alimentando o acirramento por confronto. Esses assessores fazem parte do quadro de funcionários da Câmara de Itapetinga e são indicados pelos próprios parlamentares.
Ao final da arruaça no plenário do Legislativo, os vereadores decidiram realizar uma patética eleição simbólica de presidente na rua, após alerta do presidente da Câmara de acionar o judiciário contra os parlamentares.
Traições entre vereadores faz Valquirão cancelar eleição da Câmara. Saiba como foi (VEJA AQUI) |
Na maior afronta ao Poder Legislativo Municipal de sua história, os vereadores governistas foram o combustível de uma invasão inexplicável e fora das quatro linhas constitucionais. É preciso que Ministério Público e uma Comissão da Assembleia Legislativa da Bahia apurem ação promovida pelo prefeito Rodrigo Hagge e seu bando vereadores na Câmara Municipal, e puna com severidade os envolvidos na maior arruaça antidemocrática de Itapetinga.