Traições entre vereadores faz Valquirão cancelar eleição da Câmara. Saiba como foi

Traições entre vereadores faz Valquirão cancelar eleição da Câmara. Saiba como foi

Vereadores não resistem as ameaças de perda cargos na Prefeitura e traem uns ao outro após oferta do prefeito Rodrigo Hagge de mais vantagens em tronca de votos a João de Deus. 

Traições entre vereadores faz Valquirão cancelar eleição da Câmara. Saiba como foi
Na imagem: presidente da Camara de Itapetinga Valquirio Lima (PSD) e o prefeito Rodrigo Hagge (MDB).

Na noite da quarta-feira (20), o presidente da Câmara Municipal de Itapetinga, Valquirio Lima (PSD), o Valquirão cancelou o edital que convocou os vereadores para sessão especial de eleição antecipada da Mesa Diretora do Legislativo, na sexta-feira (22). Os motivos alegados pelo gestor da Câmara que o edital continha vício de formalidade, o que poderia gerar questionamento jurídico futuro.

Mas na verdade não foi nada disso. O presidente Valquirão cancelou a eleição interna diante uma onda inédita de traições entre vereadores. As palavras dadas por parlamentares viraram promessas vazias e sem valor diante às ameaças do prefeito Rodrigo Hagge (MDB), de perda de cargos na Prefeitura de Itapetinga. A submissão dos vereadores ao prefeito ganhou corpo diante do temor de parentes e correligionários estarem desempregados nas próximas horas se não votassem no candidato do prefeito, o vereador João de Deus (MDB).

As ameaças veladas era rotina em um Parlamento de maioria que havia decido pela candidatura de Tiquinho Nogueira (PDT), na residência do vereador de oposição, por essa razão que o presidente Valquirão havia antecipado a eleição da nova Mesa Diretora. Lá estavam os vereadores: Neto Ferraz (PSC), Tuca da Civil (republicano), Anderson da Nova (UB), Helder de Bandeira (PSC), Pastor Evandro (PSD), Sibele Nery (PT), Valdeir Chagas (PDT) e o presidente do Legislativo Valquirio Lima (PSD). Eram 9 votos que inviabilizava a candidatura governista de João de Deus, e deixaria o prefeito refém de uma Câmara independente e fiscalizadora da gestão Hagge. 

Vereadores: Tuca da Civil, Anderson da Nova, Helder de Bandeira, Neto Ferraz e Pastor Evandro haviam garantidos votos ao candidato Tiquinho Nogueira na residência do vereador de oposição.   

Mas bastou o prefeito Hagge e seu grupo articular ao refazer compromissos de mais cargos na Prefeitura e vantagens vindas dos cofres públicos para fazerem os vereadores pró-Tiquinho abandonar o barco pedetista e pongarem na candidatura do indicado do prefeito, o vereador João de Deus. 

E foi fácil o jogo do prefeito Rodrigo Hagge no desmonte do grupo de Tiquinho. Primeiro, atraiu o vereador Anderson da Nova, esse, era uma presa fácil, o parlamentar do União Brasil, é famoso por sua covardia. No trágico acidente que vitimou o presidente da Câmara Léo Matos, o cargo de presidente ficou vago e pelo art. 79 da Constituição Federal, garantiria ocupação da vacância ao vice-presidente, no caso, Anderson da Nova, mas o prefeito tocou terror no vereador que se acovardou e convocou nova eleição sem lutar. Com Anderson sob total controle após uma singela ameaça de tira seus parentes da Prefeitura, o vereador pulou de um barco para outro sem questionar. 

Mas o prefeito precisaria atrair mais um vereador para desmontar de vez o esquema do presidente da Câmara Valquirão de fazer seu sucessor, pois ainda havia maioria de 8 votos, o suficiente para Tiquinho Nogueira ser o presidente . E o segundo alvo seria o inconsistente em caráter, o vereador Neto Ferraz (PSC). 

Ameaças e mentiras: o jogo sujo na eleição da Câmara de Itapetinga
Ameaças e mentiras: o jogo sujo na eleição da Câmara de Itapetinga (VEJA AQUI)

O vereador Ferraz, deu uma lição aos vereadores da Câmara de Itapetinga de como ser um ‘traidor’ de conveniência. Todas as articulações do prefeito Rodrigo Hagge na terça e quarta-feira (19/20), foram voltadas ao vereador do PSC, que havia esbravejado ao afirmar em público; “quem manda no voto dele é ele mesmo”. Mas bastou um sopro carregado de barganhas vindas do Poder Executivo para o vereador mudar de ideia e descaradamente trair seus colegas vereadores em reuniões internas. Neto não se deu o trabalho de comunicar seus colegas de Parlamento que havia mudado de lado apenas tornou público como havia ordenado o prefeito Hagge.

A traição de Anderson e Neto Ferraz, já garantiria a presidência do governista João de Deus, mas o prefeito Hagge queria mais, e partiu para ameaça com intenção de humilhar os vereadores: Tuca da Civil, Pastor Evandro e Helder de Bandeira, com baixa oferta de vantagens, e garantias na manutenção dos empregos indicados pelos edis na Prefeitura.

Como não havia mais nada a fazer, o terceiro a descolar do grupo pró-Tiquinho, o pastor Evandro, esse, foi muito mais rápido no desembarque e no embarque da candidatura governista. Mal afastou de Tiquinho já estava na reunião que definiria a composição da Mesa Diretora com João de Deus na presidência. O mesmo aconteceu com os vereadores Helder de Bandeira e Tuca da Civil na noite da quarta-feira (20), que não queriam amargar a perda dos preciosos cargos na Prefeitura. 

Com o cancelamento da realização da eleição da Câmara, Valquirão ganha tempo, e joga uma bomba relógio nas mãos do prefeito Rodrigo Hagge que terá de garantir as vantagens aos vereadores ‘traíras’, sem levantar a inveja dos demais parlamentares que irão exigir tratamento igual para não voltarem a pular do barco novamente.