Paraná, Goiás e Mato Grosso revelam casos de intolerância política que termina com mortes de petistas por apoiadores do presidente Bolsonaro.
Rafael Silva de Oliveira é preso após matar colega de trabalho durante discussão política; autor defendia Bolsonaro e vítima, Lula. |
Um eleitor do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso após matar um apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a facadas. O crime ocorreu na quarta-feira, 7, após uma longa discussão em Confresa, em Mato Grosso.
Apoiador de Bolsonaro, Rafael Silva de Oliveira, 22 anos, ainda tentou decapitar a vítima, Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, em seguida. A prisão de Oliveira foi em flagrante e convertida em preventiva por decisão judicial. Ele responderá por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e cruel. “Intolerância não deve e não será admitida”, escreveu o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte, na decisão em que acolheu o pedido da Polícia sobre a detenção.
O delegado Igor Rafael Ferreira de Oliveira, da Delegacia Civil de Confresa, afirmou que o crime teve “motivação por um debate político”. “A motivação do crime foi um debate político que envolvia os dois candidatos (Bolsonaro e Lula)”, disse. “Não posso afirmar se foi intolerância política, porque o que disponho até agora foi baseado na narrativa do criminoso. Só as investigações podem confirmar”, destacou.
Segundo o delegado, Benedito trabalhava numa fazenda que fornecia lenha para a cerâmica onde Rafael era empregado. Ele estava na propriedade havia cerca de duas semanas cortando lenha para a empresa. Após horas de discussões, Benedito teria acertado um soco no queixo de Rafael por causa de suas opiniões políticas. Em resposta, ainda de acordo com o delegado, Rafael puxou uma faca e atingiu Benedito nas costas, nos olhos, na testa e no pescoço. “A primeira facada foi nas costas. A vitima caiu. Nesse momento, Rafael desferiu 15 facadas no rosto. Não satisfeito, ele tentou decapitar a vítima com um machado”, afirmou Oliveira.
Rafael foi preso após procurar atendimento médico nos arredores do local do crime. Ele estava com um corte na mão. A equipe do hospital acionou a polícia. O suspeito, então, confessou ter matado o petista Benedito.
Morte de petista no Paraná
Em 9 de julho, o petista Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos e pai de quatro filhos, foi morto a tiros por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR).
Ao grito de ‘Mito’, bolsonarista mata petista em festa de aniversário (VEJA AQUI) |
Arruda comemorava o seu aniversário com temática do PT em uma associação esportiva da cidade, quando Guaranho entrou com seu carro no local gritando "Aqui é Bolsonaro". Após discussão, o bolsonarista baleou Arruda, que morreu após ser socorrido.
A Polícia Civil do Paraná concluiu inquérito e não houve motivação política para o crime e o indiciou por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum. Em 10 de agosto, Guaranho recebeu alta hospitalar e posteriormente foi preso e levado para penitenciária de São José dos Pinhais.
Fiel foi baleado por PM durante briga por política
Em Goiânia, um policial militar atirou em um homem depois de discussão política dentro de uma igreja da Congregação Cristã no Brasil, no dia 31 de agosto.
Fiel é baleado por PM durante briga por política em igreja de Goiânia, diz família (VEJA AQUI) |
Segundo familiares de Davi Augusto de Souza, ele questionou o fato de a igreja distribuir um texto para os fiéis não votarem em candidatos que atuam pela "desconstrução das famílias".
Após discussão, o PM Vitor da Silva Lopes o atingiu com o tiro na perna. O policial alegou que foi atacado por Davi e seus familiares e teria atirado na perna do homem para se defender.