Queiroz ainda comanda esquema de rachadinha para Flávio Bolsonaro; agora no Congresso

Queiroz ainda comanda esquema de rachadinha para Flávio Bolsonaro; agora no Congresso

Áudio publicado pelo O Globo revela que o ex-assessor de Flavio Bolsonaro continua a comandar o esquema de rachadinha, com cargos no Congresso. 

Queiroz ainda comanda esquema de rachadinha para Flávio Bolsonaro; agora no Congresso
Áudio aponta que o esquema Queiroz para Flávio Bolsonaro, agora é no Congresso Nacional


Um áudio revelado pelo jornal O Globo mostra o ex-assessor de Flavio Bolsonaro Fabrício Queiroz tratando sobre cargos no Congresso. Há oito meses, Queiroz foi exonerado do gabinete do, hoje, senador, hoje, senador e filho do presidente da República Jair Bolsonaro.

"Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado... Pode indicar para qualquer comissão, alguma coisa, sem vincular a eles [família Bolsonaro] em nada. Vinte continho pra gente caía bem, pra c..., caía bem pra c... Não precisa vincular a um nome", diz Queiroz, no áudio de junho deste ano.

"Pô, cara, o gabinete do Flavio faz fila de deputados e senadores lá, pessoal pra conversar com ele. Faz fila. P..., é só chegar, meu irmão: 'Nomeia fulano aí, para trabalhar contigo'. Salariozinho bom desse aí cara, pra gente que é pai de família, p..., cai como uma uva (sic)", completa, no áudio mostrado pelo O Globo.

Queiroz afirmou ao O Globo que mantém influência política por ter "contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro". Ouça o áudio:



Procurado pelo jornal, Flavio Bolsonaro negou aceitar indicações do ex-assessor e diz que não tem contato com ele desde 2018. Queiroz vem sendo investigado pelo Ministério Público do Rio. 

Ele é suspeito de praticar a rachadinha com servidores comissionados devolvendo parte dos salários. O ex-policial trabalhou no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de 2007 a 2018.
Flávio é investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os crimes supostamente praticados estão ligados ao gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O filho do presidente foi deputado estadual de 2003 a 2018 e, segundo o Ministério Público, há indícios robustos desses crimes de 2007 a 2018, período em que Fabrício Queiroz, pivô da investigação, trabalhou com o então deputado estadual como uma espécie de chefe de gabinete.

Queiroz já admitiu que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem o conhecimento do então deputado estadual Flávio. 

A Promotoria suspeita de um esquema conhecido como "rachadinha", em que servidores são coagidos a devolver parte do salário para os deputados. O Ministério Público também atribui equivocadamente ao gabinete de Flávio uma servidora da Assembleia que acumulou outro emprego e apresenta falhas ao relatar suspeitas contra Queiroz.

Outro do clã Bolsonaro, na mira do Ministério Público é o vereador da cidade do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC). O MP carioca lançou duas investigações por uso de funcionários fantasmas e a eventual prática de “rachadinha”, como é conhecida a devolução de salários, no gabinete do vereador. Filho 2 do presidente da republica Jair Bolsonaro.

As investigações tiveram inicio graças a uma reportagem publicada pela revista Época em junho/2019 que revelou que Carlos empregou sete parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e sua madrasta. [veja aqui]