Por esquemas de fantasmas e ‘rachadinha’ Carlos Bolsonaro é alvo do MP do Rio

Por esquemas de fantasmas e ‘rachadinha’ Carlos Bolsonaro é alvo do MP do Rio

O Ministério Público do Rio, aponta que o vereador empregou 7 parentes da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro em seu gabinete como fantasmas.


Por esquemas de fantasmas e ‘rachadinha’ Carlos Bolsonaro é alvo do MP do Rio
O Esquema de assessoria laranjas de Carlos Bolsonaro, era para prática da 'rachadinha' e envolvia boa parte de pessoas de sua família.

O Ministério Público do Rio lançam duas investigações por uso de funcionários fantasmas e a eventual prática de “rachadinha”, como é conhecida a devolução de salários, no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Filho 2 do presidente da republica Jair Bolsonaro.

As investigações tiveram inicio graças a uma reportagem publicada pela revista Época em junho/2019 que revelou que Carlos empregou sete parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e sua madrasta.

Segundo a revista Época, dois ex-assessores de Carlos, admitiram à reportagem nunca terem trabalhado para o vereador, embora estivessem nomeados. O MP ainda apura suspeitas de que outros três profissionais nunca deram expediente na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

O Ministério Público do Rio confirmou os dois procedimentos investigativos, mas informou que ambos tramitam sob segredo de justiça. A investigação criminal está a cargo do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, com apoio do Grupo de Atribuição Originária Criminal (Gaocrim). Já na esfera cível, onde se apura eventual improbidade administrativa, a investigação ocorre na 8ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital.

Detalhes do esquema dos Fantasmas. Um dos principais alvos da investigação, segundo O Globo é a situação de Marta Valle professora de educação infantil e cunhada de Ana Cristina Valle, a ex do presidente. Moradora de Juiz de Fora, em Minas Gerais, ela passou sete anos e quatro meses lotada no gabinete do vereador. Marta disse à revista Época, que nunca trabalhou para Carlos. “Não fui eu, não. A família de meu marido, que é Valle, que trabalhou". O salário bruto de Marta Valle chegou a R$ 9,6 mil, e, com os auxílios, chegava a R$ 17 mil. Segundo a Câmara de Vereadores, ela não teve crachá como assessora.

Outro caso é o de Gilmar Marques, ex-cunhado de Ana Cristina Valle e morador de Rio Pomba, em Minas Gerais. O salário bruto dele chegou a R$ 7,9 mil, mas somados os auxílios chegou a R$ 14 mil. Questionado, não se recordava da nomeação e disse para a repórter da revista: “Meu Deus do céu. Ah, moça, você está me deixando meio complicado aqui. Eu ganhava? Isso aí você deve estar enganada”. Ele também nunca teve identificação funcional da Câmara Municipal do Rio.

Esquema de Família. A situação se repetiu em relação ao advogado Guilherme Henrique de Siqueira Hudson que constou como assessor-chefe do vereador Carlos Bolsonaro durante dez anos. Guilherme é primo de Ana Cristina Siqueira Valle e, apesar de todo o tempo em que ficou lotado na chefia do gabinete, ele jamais teve crachá. Desde 2012, possui residência fixa em Resende, onde casou e abriu um escritório de advocacia. Resende fica a cerca de 170 quilômetros da capital.

No período, O Globo detalhou, que Hudson foi relacionado como assessor-chefe, Ananda Hudson, sua mulher, foi nomeada no gabinete para ocupar o cargo e salário deixados por Marta Valle, quando ela foi exonerada, em 1º de março de 2009. Ananda constou como assessora até agosto de 2010. No mesmo período, porém, ela cursava faculdade de Letras em Resende.

Depois que Ananda Hudson saiu, o cargo dela foi repassado a Monique Hudson, cunhada de Guilherme. Monique é outra que nunca teve crachá da Câmara. Ela também mantém residência fixa em Resende há pelo menos duas décadas. Monique ficou lotada no gabinete da Câmara Municipal até dezembro de 2014, mas, nesse período, também cursou Letras na Associação Educacional Dom Bosco, mesma faculdade de Ananda.

A investigação também inclui Andrea Siqueira Valle, irmã de Ana Cristina. Ela constou como servidora de Carlos entre os anos de 2006 e 2008.  Fisiculturista, ela também foi nomeada nos gabinetes de Jair e de Flávio. Ao todo, ficou lotada por 20 anos. Mas, fora as listas de frequência entregues pelos próprios parlamentares, não há registro do trabalho dela. Andrea também não teve crachá da Câmara do Rio.

Os funcionários tem dificuldade de comprovar que trabalharam no gabinete de Carlos, embora estivessem nomeados, os caso não se restringem aos parentes da ex-mulher de Bolsonaro. 

Em Itapetinga. Esquema idêntico foi denunciado pelo IDenuncias, e arquivado pelo Ministério Público de Itapetinga. As reportagens apontaram os laranjas nos esquemas dos vereadores itapetinguenses, por consequência a prática da 'rachadinha'. 

Em evento da Pátria durante a passagem do 'Gritos dos Excluídos',  no 7 de Setembro, cartazes protestaram sobre o esquemas de laranjas na Câmara Municipal de Itapetinga. (Fontes: O Globo e Revista Época).