Suspeita de execução de miliciano leva Bolsonaro e Rui a trocarem acusações

Suspeita de execução de miliciano leva Bolsonaro e Rui a trocarem acusações

Bolsonaro fala em queima de arquivo de miliciano; Rui Costa em marginais com laços de amizade com a Presidência

Presidente da Republica Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador da Bahia Rui Costa (PT)

A morte do ex-capitão da PM do Rio Adriano Nobrega, no interior baiano, coloca o presidente da republica e o governador da Bahia em faroeste de acusações quando o assunto é a suspeita entorna da operação da Policia Militar da Bahia que culminou com a morte do miliciano mais procurado do país. As suspeita que seria queima de arquivo, em uma operação conjunta com as policias do Rio e da Bahia.

Neste sábado (15), o clima que não era nada harmônico entre o governador baiano Rui Costa (PT) e presidente da republica Jair Bolsonaro (sem partido), azedou de vez, com graves trocas de acusações, que fez Bolsonaro levantar suspeitas de execução do miliciano na cidade Esplanada na Bahia, pela PM do Estado.

O presidente Jair Bolsonaro rebateu, em nota à imprensa, o governador da Bahia), e afirmou que a polícia do estado baiano não buscou preservar a vida do miliciano e ex-capitão Adriano Nóbrega.

"[A PM] não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária", diz a nota à imprensa, que também fala em queima de arquivo.

Bolsonaro se manifestou pela primeira vez sobre a morte de Adriano, miliciano ligado ao seu filho mais velho, o senador da republica Flávio Bolsonaro. O presidente afirmou ainda que na época que ele era deputado federal prestou homenagem o miliciano era um “herói”.




Contrapondo as acusações de Bolsonaro, o governado petista, Rui Costa, reagiu nas redes sociais, defendendo a policia Militar baiana, e rechaçando as suspeitas de queima de arquivo levantadas contra eles. O governador disse que seu governo "luta contra e não vai tolerar nunca milícias nem bandidagem" e "não mantém laços de amizade nem presta homenagens a bandidos nem procurados pela Justiça".

O petista fez ainda uma referência indireta a Bolsonaro, ao afirmar que a determinação no estado "é cumprir ordem judicial e prender criminosos com vida".

"Mas, se estes atiram contra pais e mães de família que representam a sociedade, os mesmos têm o direito de salvar suas próprias vidas, mesmo que os marginais mantenham laços de amizade com a Presidência", afirmou Rui Costa.




A troca de acusações deu inicio após divulgação da reportagem da revista VEJA, que levanta hipótese de execução sumaria do ex-capitão Adriano. A revista teve acesso às fotos da autópsia do miliciano que fortalecem a suspeita de queima de arquivo.

A reportagem da VEJA, aponta detalhes minuciosos e opinião de legistas de renome que contraria o trabalho de legistas baianos, sobre a causa da morte.

Fotos do corpo do ex-capitão  apontam de que ele foi morto com tiros disparados à curta distância o que contraria a versão oficial da polícia da Bahia, responsáveis pela ação. As imagens também sugerem que, antes de morrer, Adriano da Nóbrega pode ter sido torturado antes da ser executado.

Veja as fotos publicadas pela Revista VEJA:

Adriano da Nóbrega: o miliciano estava escondido no interior da Bahia, onde foi morto pela polícia
NO QUEIXO – O ferimento tem características de tiro disparado depois que a vítima já estava no chão
NA TESTA – O corte pode ter sido provocado por uma queda, uma quina, um facão ou até uma coronhada.
NO PEITO – A queimadura pode ter sido provocada pelo cano de uma arma longa e de grosso calibre.
NO TÓRAX – Marcas sugerem que o disparo foi feito a menos de 40 centímetros de distância.