Entre vidas humanas e economia, Bolsonaro prefere a reeleição

Entre vidas humanas e economia, Bolsonaro prefere a reeleição

Para quem deseja a reeleição, Bolsonaro paga um preço alto ao tentar fazer política de não proteção a vida dos brasileiros.   

Entre vidas humanas e economia, Bolsonaro prefere a reeleição
Presidente da Republica Jair Bolsonaro, enfrenta isolamento político após pronunciamento.  

O presidente da republica Jair Bolsonaro, achou que o Brasil é “ele por todos, e todos por ele”. Ao ignorar a gravidade letal do novo coronavírus, e aclamar a população a retomar a vida normal diante dos números crescentes de mortes e infectados no país.

O irresponsável pronunciamento de terça (24), Bolsonaro testou a paciência da classe politica, científica e sanitária, e fez um sarcasmo contra a razão. Contrariando o mundo, ao desdenhar das medidas de quarentena incentivando os brasileiros a voltarem às ruas, expondo-se ao risco de contágio eminente, já que o Ministério da Saúde desenha um quadro ainda mais alarmante nos próximos dias com a chegada do pico da pandemia.

O resultado da transloucada investida de Bolsonaro levou o amanhecer de seu pronunciamento ao 'isolamento total', quando decidiu jogar as favas a vida dos brasileiros em nome da economia do país, esquecendo que o nosso sistema de saúde não dará conta se chegarmos perto da tragédia italiana e espanhola, que mata em média diária mais de 600 pessoas.

O clamor de Bolsonaro por uma vida normal em plena pandemia foi ouvido, não pela maioria esmagadora dos brasileiros, mas pelos inaptos seguidores e suas milícias digitais. Para o bolsonarismo, os fatos reais não existem, salvo quando anunciados por Bolsonaro e seus inconsequentes filhos. Assim, se o presidente diz, sem nenhum respaldo, que o coronavírus é uma ‘gripezinha’ causada por um vírus. Os inaptos acreditam. A partir daí, disparam nas redes sociais xingamento e ofensas a aqueles contrários à cegueira bolsonarista.

Com projeto político em andamento desde que sentou na cadeira presidencial, Jair Bolsonaro enfrenta a crise do coronavírus, sem o mínimo sentimento de perda de brasileiros pelo novo vírus. Para o presidente, o cidadão são números, como menos 60 mortes até o momento, estas mortes só passam de meros números, o que vale é os números da economia, em um ano de governo Bolsonaro teve o despenho pior que de Temer.

Graças à razão, Bolsonaro está falando sozinho, os brasileiros decidiram ignora-lo e seguirem as orientações dos governadores e prefeitos pelo isolamento social, método usado por todos o países do mundo. Os governadores já anunciaram que não seguirão as orientações do governo que se colide com as normas da Organização Mundial da Saúde. Pesquisa Datafolha mostra o apoio da população, a essa prudência.

Em outra pesquisa, publicada na coluna Mônica Bergamo, Folha de S.Paulo, feita pelo Atlas Político revela que 47,7% dos entrevistados apoiam o impeachment de Bolsonaro; 45% que rejeitam a ideia. Em maio/2019, só 38% se diziam a favor da saída do presidente; 49,4% defendiam que ele ficasse no cargo. Governadores e Congressistas ensaiam, um dia após o desastroso pronunciamento um pedido em conjunto pelo destituição do presidente do cargo.

O pouco apreço do governo Bolsonaro pela vida humana é compartilhado por membros da cúpula, a exemplo do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, fez comentários críticos ao isolamento social, na mesma linha que o presidente. Em mensagem em um grupo de WhatsApp, Novaes disse que vida não tem "valor infinito". "Muita bobagem é feita e dita, inclusive por economistas, por julgarem que a vida tem valor infinito. O vírus tem que ser balanceado com a atividade econômica", afirmou o executivo no aplicativo de mensagem. Revelou a coluna painel da Folha de S.Paulo. Novais não desmentiu a mensagem.

Na noite de ontem (25), Bolsonaro tentou reagir ao isolamento total, nas redes sociais, ao acusar todos contrários a ele de fazerem política covarde. "fazer politicagem num momento como esse é coisa de covarde". Afirmou o presidente.



Nas redes, Bolsonaro passou a defender restrições ao isolamento e distanciamento social, ao dizer os idosos grupo mais vulnerável à Covid-19 devem ser protegidos, mas que a maior parte da população poderia voltar à rotina.



"É mais fácil fazer demagogia diante de uma população assustada do que falar a verdade. Isso custa popularidade. Não estou preocupado com isso!", escreveu Bolsonaro. "A demagogia acelera o caos."

Só para esclarecer, o estilo de vida de alguns países europeus e americano é manterem o distanciamento de seus pais e avôs ao alçassem a maioridade. Esse estilo de vida geralmente impõe aos idosos parentes o fim de suas vidas em um asilo. Após morte, os parentes só tem conhecimento dias após o falecimento e sepultamento. No Brasil, Itália e Espanha, temos vidas semelhantes, vivemos com nossos pais e avós até o fim das vidas. Fato, que culminou com propagação do vírus nesses países europeus que matam centenas por dia.

É notório que Bolsonaro sentiu o impacto do isolamento ao priorizar seus seguidores e ignorar recomendações do seu próprio governo, por isolamento social. Para quem deseja a reeleição, o presidente paga um preço alto ao tentar fazer política de não proteção a vida humana.