Em queda, Bolsonaro reage a divulgação da pesquisa Datafolha

Em queda, Bolsonaro reage a divulgação da pesquisa Datafolha

Datafolha revela que as tentativas de Bolsonaro, ignorar a gravidade da pandemia, desintegra sua popularidade na medida que o coronavírus avança pelo país.

Em queda, Bolsonaro reage a divulgação da pesquisa Datafolha
Presidente da Republica Jair Bolsonaro (sem partido)


Tá custando caro às amalucadas irresponsáveis de Jair Bolsonaro, no enfrentamento a pandemia no Brasil. Os números Datafolha revelam que as jogadas do presidente em agradar os seus seguidores está a empurrar ladeira abaixo, em quanto os governadores faturam em adotar medidas preventivas no combate ao novo coronavírus.

Segundo pesquisa do Datafolha, feita por telefone para evitar contato com o público. Bolsonaro tem sua gestão da pandemia aprovada por 35%, enquanto governadores são vistos como ótimos ou bons em seu trabalho por 54%. Mesmo o Ministério da Saúde é mais bem avaliado que o presidente: 55% aprovam o trabalho do ministro Luiz Henrique Mandetta.

A taxa de aprovação ao trabalho de Bolsonaro, no combate a pandemia se confunde com o apoio que ele vem registrando nas últimas pesquisas, o que indica uma cristalização de sua base, que aparente resiste aos ataques, diante panelaços e a perda das redes sociais sustentáculo do presidente e seu governo.

A provação do presidente é Igualmente, a considerada ruim ou péssima sua gestão da crise 33%, enquanto 26% a avaliam como regular e 5%, não sabem.

Outro dado significativo, que começa por em xeque a governabilidade de Bolsonaro, é que 15% ouvidos pelo Datafolha pelo telefone, que votaram nele no segundo turno se dizem arrependidos. Geralmente, quem se arrepende assume uma visão mais crítica do presidente. Reflexo, é praticamente a perda das redes sociais, campo dos bolsonarista, que vem apresentando revés desde inicio dos panelaços.

Sobre o comportamento do presidente, para 20%, Bolsonaro se comporta de maneira adequada ao cargo sempre. Na outra metade, 26% creem que Bolsonaro não se porta como um presidente. O grupo que rejeita totalmente a forma com que Bolsonaro se comporta salta para 34% entre aqueles com nível superior, grupo que usualmente dá mais apoio a ele.

A pesquisa Datafolha avaliou também as ações do presidente Jair Bolsonaro em minimizar a gravidade da pandemia. Desde que o primeiro caso de um paciente com Covid-19 foi confirmado e o novo coronavírus passou a circular no país.

Bolsonaro chegou a chamar a doença causada pelo novo vírus de "gripezinha", chamando as medidas dos governadores para conter a disseminação como "histeria", disse ainda que o coronavírus estava sendo "superdimensionado" e que a mídia propagava "fantasias". Ideias compartilhadas por seus seguidores.

Concordam com a avaliação presidencial de que há “histeria” acerca do novo coronavírus 34% dos ouvidos, enquanto a assertiva é rejeitada por 54%, ante 3% que nem concordam nem discordam e 8% que dizem não ter opinião.

Já o episódio do ato na praça dos Três Poderes, no dia 15, quando deu a mão e abraçou manifestantes, foi reprovado por 68% e aprovado por 27%, enquanto 4% não opinaram. Sinal que o presidente perde eleitores como aprofundamento da pandemia no país.

Diante números Datafolha, o presidente Jair Bolsonaro, tentou minimizar o resultado da pesquisa, que aponta sua queda e a alta de governadores e seu ministro da Saúde em relação à condução da crise do coronavírus. Na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disparou contra a pesquisa chamando de "impatriótica".

"Você está preocupada com popularidade minha e do Mandetta? Se você acredita no Datafolha. O presidente da República e seus ministros estão trabalhando há semanas para minimizar os efeitos do coronavírus. As vidas das pessoas estão em primeiro lugar", disse Bolsonaro, após ser questionado sobre os resultados do levantamento.

Bolsonaro ainda chamou de infame a pergunta sobre os dados da pesquisa Datafolha:

"A imprensa é importantíssima para divulgar a verdade, mas não é com pergunta como essa, feita por essa senhora [repórter] aqui do meu lado. É uma pergunta impatriótica, que vai na contramão do interesse do Brasil, que leva ao descrédito da imprensa brasileira. É uma pergunta, me desculpe, infame até".

"Vão dizer que estou agredindo a imprensa, se estou agredindo, saiam da frente do Alvorada", completou, em referência aos jornalistas que fazem plantão em frente à residência oficial da Presidência.

Em referência a atitudes que já classificou como exageradas por parte de governadores, Bolsonaro disse que a "dose do remédio não pode ser excessiva de modo que o efeito colateral seja mais danoso".

Ao ignorar a gravidade e o apoio da maioria esmagadora dos brasileiros as ações no combate ao novo coronavírus, Bolsonaro começa a perder seu maior patrimônio eleitoral a cada momento do aprofundamento da pandemia. Seu isolamento é visível, menos aos olhos dos seus amalucados seguidores, até mesmo, sua milícia digital perde o poder de reação nas redes sociais.