Os bolsonaristas de hoje, serão os petistas do amanhã

Os bolsonaristas de hoje, serão os petistas do amanhã

Coronavírus definiu o destino dos bolsonarista e seu presidente, em meio onda dos panelaços que motivo no passado o impeachment de Dilma.


Imagem do presidente da Republica Jair Bolsonaro após admitir que coronavírus é real e mata. 


A onda da nova política pelo jeito passou e levou consigo o sonho de uma ordem que já tinha um líder, não alto-aclamado, mais eleito democraticamente pelo povo. No poder, esse líder, que despertou o sonho de mais 57 milhões de brasileiro por um Brasil melhor, abusou e testou por mais 1 ano a paciência das instituições democráticas e do próprio povo.

Povo esse, que despertou do sonho fantasioso criado por conservadoristas de direita nas redes sociais e impulsionado por cidadão que acreditava que o novo líder ou ‘mito’ aclamado popularmente seria o presidente da republica ideal para a nação verde-amarela.

O despertar para realidade veio um ano três meses depois, ao descobrirem que seu líder, mito e presidente Jair Bolsonaro, é um cidadão com ideias amalucadas, que em vez de salvar a nação pode destruí-la.

O libertar das ilusões fomentada pelos radicais bolsonaristas e as ‘milícias virtuais’, nas redes sociais, só foi possível diante uma pandemia de um vírus que está colocando a humanidade de joelhos. No Brasil o coronavírus faz refém em suas próprias casas, impondo um toque de recolher com ameaça de morte.

O que fez o presidente Bolsonaro? Zombou e brincou, com a pandemia que já faz vítimas fatais no Brasil, e chega a matar em único dia, quase 500 pessoas na Itália.

Em pleno pico do coronavírus, Bolsonaro se lançou aos manifestantes em atos em favor do seu governo, ignorando recomendações médicas da vigilância sanitária por quarentena. Em viagem aos EUA, o presidente e membros da comitiva contraíram o novo vírus.

O domingo (15), que marcou o desafio dos bolsonaristas em meio à recomendação de não aglomeração pessoas pelo Ministério da Saúde, por conta do novo coronavírus, em ato pró-governo, que visava ataques às instituições democráticas Congresso e Judiciário, soaram como uma alerta que a coisa estava fugindo de controle nos ninhos radicais bolsonaristas.

No ato incitado pelo presidente, Bolsonaro ignorou as recomendações de quarentena, estabelecido por agentes sanitários do seu próprio governo, e foi ao encontro dos manifestantes em frente ao Planalto. Lá, fez o que não poderia fazer, tocou e cumprimentou com as mãos manifestantes, além de tiradas de selfs com rostos colados. Isso tudo, em meio uma contraprova de teste do coronavírus que inda não estava conclusivo. Atitude do presidente foi chamada de irresponsável por vários setores da sociedade. Sobre o fracasso dos atos convocados por movimento de direita, a culpa tinha endereço certo, a imprensa, hoje, algoz do presidente.

Mas, como Bolsonaro é Bolsonaro, fez o que ele faz de melhor, desafiar todos, e tentar passar para e seus seguidores que a pandemia é uma fantasia conspiratória chinesa comunista, e que estaria causando uma histeria criada pela imprensa brasileira.

A real sintonia da gravidade da pandemia do coronavírus no país só foi possível, graças a um ato convocado pelas esquerdas contra Bolsonaro, que tomou dimensão inesperada e imaginável até mesmo pela direita radical bolsonarista.

Em tempos de indignação por conta do coronavírus, o panelaço contra Bolsonaro entrou na era digital.

Nos batuques do ‘panelaço’, que correu pelo país a fora, os paneleiros, não eram formados em sua maioria por simpatizantes a bandeira vermelha petista, mas sim, eram de maioria verde/amarelo.

Na tarde de ontem (18), um dia após o primeiro ‘panelaço’ o presidente havia sido alertado que as redes sociais estavam perdidas. No Twitter as criticas ao presidente superavam os 80%. No Facebook, os números foram mais generosos com apenas 72%. Já a pesquisa da CNN Brasil, realizada pela consultoria Atlas Político, mostra que 64% da população reprova o plano de combate ao coronavírus adotado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a pesquisa, para 80% das pessoas, o sistema de saúde não está preparado para suportar o aumento de doentes e 73% avaliam que a situação irá piorar.

Se a sobrevida de Jair Bolsonaro na presidência da republica depende das redes sociais, seu trunfo foi jogado as favas, em apenas dois dias. Sinal que paciência dos brasileiros chegou ao limite com insanas atitudes na presidência do país.

Desde a participação de Bolsonaro no ato, dia 15, revelou um presidente desconectado com a realidade e preocupado apenas com o seu projeto político. Opiniões compartilhadas nas redes sociais, um campo onde os bolsonaristas sempre foi muito forte e que pela primeira vez desde quando assumiu o poder, o presidente perdeu o apoio nas redes.

Aparentemente abatido por tentar voos radicais, Bolsonaro proporcionou aos brasileiros mais uma cena deprimente de ser assistida pela TV, fantasiado com uma máscara medicinal, acuado, não deixou de distorcer a realidade, transformando sua irresponsabilidade em ação para tranquilizar o cidadão brasileiro.

A real pandemia do Covid-19 levou o presidente Bolsonaro a dizer que sempre se preocupou com o povo, e por isso foi apertar as mãos de seus correligionários. Uma prática mentirosa do presidente, que vem se tornando habitual, por questão de sobrevivência política. Coisas da velha política.

Com mascaras contra o coronavírus, presidente e ministros não convenceram a população que protestaram contra o governo através do panelaço.

Com mascara que insistia a cair, caiu. Jair Bolsonaro aproveitou a coletiva de imprensa para fazer o que ele [Bolsonaro] faz de melhor, atacar. Com coronavírus batendo a porta dos brasileiros, fazer não uma autocrítica, mas um auto-elogio de seu próprio governo, pedindo aplausos para si mesmo, “o técnico de um time que está ganhando de goleada”. E insistiu no erro, ao afirmar: “Não se surpreenda se você me ver, nos próximos dias, entrando no metrô lotado em São Paulo ou na barcaça Rio-Niterói”. Um recado aos invisíveis inimigos conspiratórios e a imprensa em plena pandemia.

Voltando ao passado não muito distante, o ‘panelaço’ foi parte fundamental para a criação do clima favorável ao impeachment da ex-presidente republica Dilma Rousseff (PT), que levaram mulheres de petista as ruas protestando contra o afastamento da presidência da republica diante uma democracia em vertigem.

Certo que neste momento de pandemia do coronavírus, não há espaço para impeachment, mas podemos afirmar que caminho para destituição de Bolsonaro do poder está em aberto. E se isso ocorre, milhares de bolsonaristas irão às ruas fazem exatamente o mesmo que os petistas fizeram, gritarem e chorarem, pôs se trata de ‘golpe’.