Caixão aberto ou fechado? Uma polêmica que revela o despreparo das autoridades de Itapetinga

Caixão aberto ou fechado? Uma polêmica que revela o despreparo das autoridades de Itapetinga

Despreparo das autoridades sanitária em enterro de idoso vítima do coronavírus coloca uma familiar inteira de quarentena.


Caixão aberto ou fechado? Uma polêmica que revela o despreparo das autoridades de Itapetinga
Enterro de idoso vítima do coronavírus gera polêmica e troca de acusações de responsabilidade por velório com caixa aberto.


A polêmica envolvendo o velório de um cidadão em Itapetinga na Bahia, vítima do novo coronavírus, expôs uma assombrosa e mórbida incapacidade das autoridades de Itapetinga em gerir uma avassaladora pandemia global no município de pouco mais de 70 mil habitantes.

Com duas morte oficializadas em Itapetinga, pelo Covid-19, com 5 casos confirmados e centena monitorados, o município propiciou esta semana um cena estilo pastelão, de dá arrepios a qualquer morador da cidade. Quando um idoso, vítima fatal do novo vírus teve seu corpo velado em caixão aberto, podendo resultar no contágio de familiares presentes no velório. O idoso vítima do novo coronavírus, é o Sr.Domingos Alves Moreira, 74 anos.

Após repercussão na mídia baiana do velório com caixão aberto de um infectado pelo coronavírus. As autoridades do município deram inicio ao jogo de empurra-empurra, na busca do verdadeiro culpado. Enquanto um culpava a empresa funerária outro responsabilizava a família do morto por ter aberto o caixão. No frigir, o secretário de saúde do município, responsável pela fiscalização no cumprimento das medidas restritivas, preferiu tira o corpo fora e culpar o dono da funerária.

Em entrevista ao Correio da Bahia, o secretário de Saúde de Itapetinga, Hugo Sousa, alegou que existe um decreto da Prefeitura que orienta os cidadãos sobre os cuidados que devem ser tomados durante os velórios e sepultamentos destes pacientes infectados. E disse ainda, que o cemitério onde o corpo foi velado é particular e as precauções necessárias deveriam ter sido tomadas pela própria funerária que realizou o velório. E que após ter conhecimento do caixão aberto notificou a funerária. Disse o Secretário de Saúde.

Já o proprietário da empresa funerária a Pax Perfeição, José Mauro, responsável pelo velório, informou que o procedimento foi feito de acordo com as normas presentes no decreto divulgado pela prefeitura e disse não saber se o caixão foi aberto pelos familiares. “Tudo que fizemos nesse processo respeitou o decreto. Só não sei te dizer se o caixão foi aberto depois”, disse Mauro.

Filipe com seu avó Domingos, idoso vitima fatal do Covid-19

No meio da troca de acusações entre secretário e funerária. Um dos netos do idoso vítima fatal do coronavírus, afirmou ao Correio da Bahia, que a funerária disse aos familiares que o caixão poderia ser aberto normalmente, caso a família autorizasse. Segundo o neto do idoso, Felipe Fernandes, 22, o velório não seguiu as recomendações porque a família não recebeu nenhuma orientação da Secretaria Municipal de Saúde de Itapetinga e não sabia da recomendação de realizar o velório com o caixão fechado. Afirmou Filipe ao Correio da Bahia.

Com arsenal de criticas bombardeando as autoridades municipal. Eis, que entra em campo, o prefeito Rodrigo Hagge (MDB), que entrevista ao programa Jornal da Manhã, da TV Bahia, confirma que a vigilância não acompanhou o velório até o sepultamento do idoso. Mas, porém, orientou levarem o corpo com caixão lacrado. Fato que contradiz com depoimento dos familiares que não receberam orientação nenhuma das autoridades de vigilância sanitária do município. Por essa razão, que eles [familiares] abriram o caixão para se despedir do idoso. 

O episódio do enterro de Domingos, coloca toda família sob quarentena e monitoramento 24 horas. Até o momento as autoridades não informaram oficialmente se essas pessoas presentes no enterro passaram por testes de covid-19.


Entrevista do prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge a TV Bahia sobre a realização de enterro com caixão aberto no município com uma vítima do coronavírus.

Diante de uma gritante e incompreensiva atitude das autoridades de Itapetinga mediante desastrado episódio do ‘caixão aberto ou fechado’, revela a ineficiência da fiscalização nas medidas restritivas no município. Deficiência essa, citada em reportagem do IDenuncias sobre abertura do comércio em meio a pandemia viral. Ao tentar jogar a culpa uns nos outros, as autoridades municipal não procuram se quer um meio termo para admitir que todos erraram. Só resta agora, lamentar esse triste episódio e torcer que os demais familiares não estejam infectados, e que o pior não ocorra com eles.