Teich recusa pedido de Bolsonaro sobre uso cloroquina e pede demissão

Teich recusa pedido de Bolsonaro sobre uso cloroquina e pede demissão

Teich pede demissão do ministério da saúde, após recusar exigência do presidente por uso do cloroquina a pacientes com Covid-19.


Teich recusa pedido de Bolsonaro sobre uso cloroquina e pede demissão
Recusa de Teich por uso de cloroquina em pacientes com Covid-19, motiva pedido de demissão do ministro da saúde. A menos de um mês no cargo.



O ministro da saúde Nelson Teich, pede demissão após pressão do presidente Jair Bolsonaro para tornar obrigatório o uso da cloroquina para pacientes com quadros leves da Covid-19.

A saída Teich se dá a menos de um mês no cargo, após insistência do presidente Jair Bolsonaro para que ele altere protocolos do Ministério da Saúde envolvendo o uso de cloroquina em pacientes da covid-19. Atualmente, a recomendação da pasta é a utilização apenas em casos graves e de internação. O presidente que não é médico recomenda o uso da droga na fase inicial do contágio.

Estudos recentes internacionais, publicados em revistas científicas de prestígio mundial, não mostraram benefícios da droga em reduzir internações e mortes e apontaram riscos cardíacos. Para cientista a droga para maioria dos pacientes que contraíram o novo coronavírus é uma bomba relógio devido ao devastador efeito colateral do medicamento. Cloroquina é um medicamento usado no tratamento e profilaxia de malária e lúpus.

O inicio das divergências entre o ministro da saúde e Bolsonaro, foi logo após o presidente assinar decreto presidencial inclui academias, salões de beleza e barbearias na lista de serviços essenciais. A publicação no Diário Oficial da União ocorreu no momento em que Nelson Teich, concedia entrevista no Palácio do Planalto sobre as medidas adotadas pelo governo federal para combater o coronavírus.

Pego de surpresa com a notícia, divulgada a jornalistas que participavam da coletiva de imprensa. “Saiu hoje isso?”, surpreendeu-se o ministro em meio ao evento. De acordo com Teich, a decisão era uma “atribuição do presidente” e não passou pelo crivo de sua pasta.

A gota d’agua para saída de Teich do ministério, quando presidente Jair Bolsonaro disse que iria ampliação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com covid-1. Um dia após Teich havia pedido cautela e alertar que a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais, capaz antecipar a morte do paciente.

"Não é minha opinião porque não sou médico, mas muitos médicos do Brasil e de outros países entendem que a cloroquina pode e deve ser usada desde o início mesmo sabendo que não há uma comprovação científica de sua eficácia. Mas como estamos em uma emergência, sempre foi usada desde 1955, e agora (combinada) com a azitromicina pode ser um alento para essa quantidade de óbitos que estamos tendo no Brasil", disse. Diz o presidente Bolsonaro a jornalista na porta do Palácio do Planalto.

Nesse mesmo dia Bolsonaro exigiu abertamente o alinhamento de todos os ministros acatasse suas decisões e que elas teriam que ser seguida arrisca.

Antes de pedir exoneração do ministério da Saúde, o oncologista Nelson Teich procurou os hospitais que conduzem as principais pesquisas sobre o uso da cloroquina no combate ao coronavírus e solicitou atualizações.

Ouviu de todos que não é recomendável o uso do medicamento na fase inicial da covid-19, mas apenas em casos graves, como recomenda atualmente o protocolo do Ministério da Saúde.

A saída de Teich levou o mundo político a criticar o presidente Jair Bolsonaro. No momento que o Brasil registra mais de 800 mortes em 24hs, e ultrapassam 200 mil casos e chega a 13.993 óbitos pelo Covid-19.