O meu amigo Queiroz está em casa, 'obrigado meu outro amigo'

O meu amigo Queiroz está em casa, 'obrigado meu outro amigo'

Ao mandar soltar Queiroz, Ministro STJ torna o novo fiel escudeiro do presidente no Judiciário.  


O meu amigo Queiroz está em casa, obrigado meu outro amigo
Na imagem: Fabrício Queiroz, Ministro do STJ João Otávio de Noronha e presidente da republica Jair Bolsonaro. Foto montagem IDenuncias.


Faz bem no Brasil você ter um amigo de prontidão para abraçar e te conduzir ao aconchego do lar. Quando isso ocorre o agradecimento é “mútuo”’, o sentido dessa palavra craseada segundo o dicionário é “que se faz ou que se dá em recompensa ou em troca de algo similar”. Bem, não foi atoa que o amigão do presidente Bolsonaro e dos seus filhos, saiu do presidio de Bangu direto para sua casa.

Como é o caso de Fabrício Queiroz, o homem que comandou as ‘rachadinhas’ para o senador Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando o ‘filho 01’do presidente exercia o mandato de deputado Estadual, segundo Ministério Público do Rio. No esquema, parlamentares ficam com parte dos salários dos assessores.

Preso pela Polícia Federal em São Paulo, na casa do advogado Frederick Wassef, até então advogado da família Bolsonaro, e conduzido direto para complexo penitenciário de Bangu. O amigão Queiroz saiu da desconfortável cela para o conforto do seu lar, graças, a decisão do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro João Otávio de Noronha que concedeu prisão domiciliar.

Mas que pensou que Queiroz iria ficar solitário e triste em sua casa se enganou. Foi de partir o coração o argumento do Presidente STJ, Noronha, ao tirar o ex-policial de Bangu para o domicilio, assim como a mulher de Queiroz, Marcia Aguiar foragida da justiça há 21 dias. Ela ganhou o direito de, quando for presa, cumprir a prisão em casa. Segundo o Ministro do STJ, para ela poder cuidar do maridão.

O gesto humanitário do ministro Noronha para com Queiroz e sua mulher Márcia, demostrou que a justiça além de ser cega tem um coração prá-la de generoso. Noronha deixou claro em sua decisão, que a presença de Márcia ao lado dele seja recomendável para lhe dispensar as atenções necessárias, visto que, enquanto estiver sob prisão domiciliar. Resumindo, o ministro temeu que a solidão prejudicasse a saúde de Queiroz. Reconfortante!
  
A decisão também teve seu lado ríspido. Noronha não permitiu que Queiroz receba visita a não ser de seu advogado e de profissionais da saúde que lhe prestem assistência. A decisão do STJ determina ainda que Queiroz e Márcia usem tornozeleira eletrônica e indiquem o endereço da prisão domiciliar.

Com endereço fixo, agora, depois de anos fugindo do assédio do Ministério Público e da imprensa, para não constranger Flávio Bolsonaro, sobre o esquema de ‘rachadinha’ na Alerj. Ficou difícil provocar o presidente Bolsonaro ao perguntar “cadê o Queiroz?”, e o presidente responder “Tá com sua mãe!”.  Nem mesmo deu para aquecer ao perguntar “Cadê a Marcia?”. O impressionante, e que o ministro Noronha deixou para Queiroz decidir onde quer ficar. Eu sugeria a casa de veraneio em Atibaia. Acho mais confortável.

O ministro Noronha já é visto como o fiel escudeiro de Jair Bolsonaro no judiciário. Prova disso, são as decisões favoráveis ao presidente. Como a derrubada das decisões de duas instâncias que barravam a posse do presidente da Fundação Palmares, acusado de racismo. Brecou ação do jornal O Estado de S. Paulo, que pedia para o presidente apresentar exames médicos à imprensa de teste da Covid-19.

Um levantamento feito pelo jornal 'O Estado de S. Paulo' informou que o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, apontou que o ministro atendeu aos interesses do governo do presidente Jair Bolsonaro em 87,5% das decisões individuais tomadas de 1º de janeiro de 2019 a 29 de maio deste ano.

Ao mandar soltar Queiroz, o ministro Noronha deu fôlego a sobrevivência política de Jair Bolsonaro e seu Filho Flávio, onde ambos os políticos mantinha esquema de assessorias em seus gabinetes quando um era Deputado Federal outro Estadual. Preso, o ex-PM era pressionado a negociar uma delação premiada para se livrar da cadeia. Agora, solto, manterá o silêncio que protege o clã.

Que as más línguas paguem pelos seus pecados quando insinuam uma possível troca de favores entre Noronha e Bolsonaro por uma indicação a Suprema Corte, na vaga do ministro Celso de Mello que deixa o STF no fim do ano. Uma Insinuação, que por sinal, de muito mau gosto. Será?