Lideres religiosos pressionam por impeachment de Bolsonaro

Lideres religiosos pressionam por impeachment de Bolsonaro

Religioso aumentam a cruzada pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, em meio agravamento da crise na pandemia. 


Lideres religiosos pressionam por impeachment de Bolsonaro
Jair Bolsonaro sofre pressão de religioso que pedem o impeachment do presidente.


O negacionismo de Jair Bolsonaro na pandemia da Covid-19, começa a cobrar seu preço, e pelo jeito o custo é alto na medida que alguns líderes religiosos conservadores aumentam o coro por abertura de um processo de impeachment contra o presidente no Congresso Nacional. 

Em um movimento que será apresentado como uma “frente de fé”, um grupo de religiosos formalizará nesta terça-feira, 26, na Câmara dos Deputados, um pedido de afastamento de Bolsonaro, sob o argumento de que ele agiu com negligência na condução da pandemia de covid-19, agravando a crise. segundo publicação do Estado de S.Paulo.

De acordo o Estadão, o grupo é formado por líderes evangélicos e católicos, e é pela primeira vez que representantes desse segmento encaminham uma denúncia contra o presidente por crime de responsabilidade. Esse grupo faz parte da bancada da Bíblia como é conhecida na Câmara dos Deputados era considera fiel escudeira de Jair Bolsonaro no Parlamento. 

O pedido de impeachment é assinado por religiosos críticos ao governo. Na lista estão padres católicos, anglicanos, luteranos, metodistas e também pastores. Embora sem o apoio formal das igrejas, o grupo tem o respaldo de organizações como o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, a Comissão Brasileira Justiça e Paz da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e a Aliança de Batistas do Brasil.

Para o teólogo Tiago Santos, um dos autores do pedido de impeachment. “Uma parcela da igreja deu um apoio acrítico e incondicional ao Bolsonaro independentemente do discurso que ele defendia. Queremos mostrar que a fé cristã precisa ser resgatada e que a igreja não é um bloco monolítico”.

Com agravamento da crise sanitária provocada por pura negligência e com boas doses de incompetência do governo Jair Bolsonaro, que por diversas vezes tentou sabotar a imunização da população através das vacinas da China e Índia, culminada com a falta de oxigênio em Manaus que matam os pacientes não de covid e sim, asfixiados, elevaram a temperatura política no Congresso pela abertura de impedimento do presidente. 

Os Partidos de esquerda como PT, PDT, PSB, PSOL e PCdoB, além da Rede, também vão protocolar na Câmara, nesta quarta-feira, 27, um outro pedido de afastamento de Bolsonaro, desta vez com o mote “Pelo impeachment, pela vacina e pela renda emergencial”. As siglas adiaram a formalização da denúncia, antes prevista para esta terça-feira, justamente a pedido dos religiosos, que temiam confusão entre os dois movimentos.

No pedido que será formalizado nesta terça, os líderes religiosos acusam o presidente de agravar a crise do coronavírus e, consequentemente, o número de mortes. Para eles, Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade e desrespeitou princípios constitucionais e o direito à vida e à saúde. Mais de 200 mil pessoas já morreram em decorrência de covid-19.

Declarações de Bolsonaro durante a pandemia, como chamar o novo coronavírus de “gripezinha”, são citadas no pedido de impeachment a ser apresentado pelos religiosos. “As ações e omissões de Jair Bolsonaro, que seguem em repetição e agravamento, levaram e seguem levando a população brasileira à morte e geraram danos irreparáveis. Isso é crime de responsabilidade. Crime contra os direitos e os princípios constitucionais mais primários: à vida e à saúde”, diz a peça.

A crise de gestão da pandemia agravada pelo presidente, derreteu a popularidade de Jair Bolsonaro. Segundo o Datafolha, o presidente é avaliado como ruim ou péssimo por 40% da população, ante 32% consideravam na rodada anterior da pesquisa, no começo de dezembro/2020.

Em pouco mais de dois anos de governo do presidente da Jair Bolsonaro, foram protocolados 62 pedidos de impeachment contra ele na Câmara dos Deputados. Uma média de dois por mês.

Levantamento da Secretaria-Geral da Mesa mostra que, do total, cinco foram arquivados. Quatro por serem considerados apócrifos e um porque a certificação digital utilizada no protocolo do pedido não era do autor.

Os 56 restantes constam como "em análise". Porém, o termo é apenas protocolar. A decisão de dar andamento aos pedidos depende do presidente da Câmara, posto hoje ocupado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deixa o comando da Casa em 01 de fevereiro, dia em que define o próximo presidente  da Câmara dos Deputados. 

O Palácio do Planalto faz campanha para emplacar o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão, na cadeira de Maia, com a expectativa de que, nesse cenário, uma denúncia contra ele não avançará no Congresso. Adversário de Lira, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado pelo presidente da Câmara, promete analisar “com equilíbrio” os pedidos de afastamento de Bolsonaro se vencer a disputa. A eleição que vai renovar as cúpulas da Câmara e do Senado está marcada para 1º de fevereiro.