Com Lula de volta e favorito nas pesquisas, Bolsonaro terá que mudar para conquista, caso não mude, será fritado pelo petista antes da corrida 2022.
Como a ficha limpa, Lula está de volta e com popularidade em alta para corrida 2022. |
Por essa, Jair Bolsonaro não esperava, de vê um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), anular as condenações do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e torna-lo elegível a disputa a eleição 2022. Logo, um ministro que sempre negou tudo o que Lula pediu e, de repente, dá tudo de uma vez só, e pior, em momento de recuperação de popularidade do petista em pesquisa de opinião pública.
A desorganização das legendas de esquerda, assim como a de centro-direita, em fazer oposição ao presidente Bolsonaro, por falta de uma liderança, era gritante. Fato que levou Bolsonaro, a agir como um fanfarrão da política, de falar besteira quando quisesse, promover o negacionismo em plena crise sanitária, zombar dos mortos na pandemia, em frase macabras como: “E daí? Sou Messias, e não milagreiro”, “Não sou coveiro”, “todo mundo vai morrer um dia, quer que eu faço o que?”.
Agora, com Lula no páreo, o presidente Bolsonaro terá que mudar seu discurso radical de desafiar tudo e a todos, ao colocar suas convicções acima da ciência e no desprezo à vida, jogando sempre a favor do vírus letal em seguidas sabotagens dos planos de governadores e prefeitos no combate a disseminação da Covid-19.
Ontem (08), na chegada ao Palácio do Planalto, Bolsonaro já havia sido informado sobre a decisão de Fachin que colocou Lula na corrida presidencial, e ao ser perguntado sobre o que ele achava sobre a decisão do ministro do STF, opinou que a medida precisa ser avaliada pelo plenário da Corte e que a população não quer ter o petista como candidato em 2022. Em raro tom sereno, acusou o ministro Fachin de ter forte ligação com o PT, e que ele não estranhou a decisão neste sentido.
Com Lula livre e solto, os planos de reeleição de Bolsonaro de discurso radical de alimentar seus seguidores de direita-extrema até 2022 terão que ser refeitos. As primeiras reações à decisão, expressas por autoridades, parlamentares e dirigentes partidários em redes sociais e entrevistas, convergiram ao menos em um ponto: a eventual entrada do petista no xadrez eleitoral da corrida ao Planalto em 2022 embaralha todos os cenários calculados até agora.
A final, a favor Lula há as pesquisas de opinião que o colocam hoje numa situação potencialmente favorável em relação à candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Lula não apenas não perdeu como recuperou prestígio junto ao eleitorado.
A pesquisa divulgada no domingo pelo Ipec, ex-Ibope, mostrou que o ex-presidente é o único político a superar Bolsonaro em potencial de votos para 2022. O levantamento apontou que 50% dos brasileiros dizem que votariam com certeza ou poderiam votar em Lula, e 44% não o escolheriam de jeito nenhum. Bolsonaro aparece 12 pontos atrás de Lula em potencial de votos (38%) e 12 pontos à frente em rejeição (56%).
Com perda de fôlego e com Lula de volta ao jogo surfando em popularidade, Bolsonaro só terá uma saída, ou muda, ou será enquadrado pelo petista antes mesmo da corrida presidencial de 2022.