Na era PT, o Petrolão. Anos depois no governo Bolsonaro, o Tratolão. Os esquemas de corrupção estão de volta.
Para agraciar congressistas, Bolsonaro criou um orçamento secreto para destinar R$ 3 bi a aliados. Esses transformaram em esquema que está sendo chamado de Tratolão. |
Tem coisas quer os nossos pais sempre diz: “Quem anda com porcos, farelo come”, neste exato momento esse dito popular ajusta como uma luva no governo Jair Bolsonaro, que para não cair em desgraça como Dilma preferiu unir com os corruptos do Centrão, que um dia prometeu jamais aliar-se a turma do rapa tudo.
Para não entrar na história como mais um presidente que sofreu impeachment, Jair Bolsonaro barganhou com o grupo de partidos que virou paródia cantada pelo ministro Augusto Heleno em 2018, “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”. No discurso do general a mesma promessa do presidente do "Fora Centrão".
No poder, a história de nova política e de corrupção jamais, virou conto-da-carochinha. Na distribuição de cargos no governo para não cair e na ânsia de derrubar Rodrigo Maia (DEM) do controle e influência na presidência da Câmara dos Deputados, o presidente da republica barganhou e apostou alto para impor seu presidente de Câmara o deputado Arthur Lyra (PP).
Assim como no caso do Petrolão, roubalheira de proporções bilionárias envolvendo a Petrobras durante os governos Lula e Dilma. Um esquema que envolvia cobrança de propinas de empreiteiras, evasão de dívidas, superfaturamento e lavagem de dinheiro. No rapa tudo na Petrobras, boa parte da turma do Centrão tinha seus nomes anotados nas cadernetas das propinas pagas pelas grandes empreiteiras do país.
Pouco tempo depois se descobre que o Petrolão de outrora, virou Tratolão de hoje, no governo Jair Bolsonaro. Na série de reportagens do Estadão revela o “tratoraço” (orçamento secreto) do governo federal destinado a aliados mais fileis do governo com liberação de R$ 3 bilhões em emendas parlamentares através de um órgão do governo federal, a Codevasf. No esquema, o superfaturamento da compra de tratores e caminhões para municípios, onde suspeita que parte do dinheiro superfaturado fosse parar nos bolsos dos senhores deputados e senadores governistas.
O Tratolão entrou na mira de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e já movimenta a Câmara dos Deputados para abertura de pedido de CPI do Tratoraço.
O esquema que consolidou a aproximação do governo de Jair Bolsonaro com o Centrão, ajuda a explicar a derrota da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado por Rodrigo Maia para o candidato do Palácio do Planalto, Arthur Lira (PP-AL) a presidência da Câmara. As traições nas eleições da Casa tinha por trás a Codevasf, inflada com cargos de pessoas indicadas por aliados de Bolsonaro na Câmara, que hoje, virou esquema idêntico ocorrido há décadas, no escândalo conhecido como anões do orçamento, onde parlamentares da arraia-miúda da Câmara fizeram fortuna com dinheiro destinado pelo orçamento a órgãos do governo federal que tinha no cargo apadrinhados políticos.
Nesta terça-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro irritado com a série de reportagem sobre o Tratolão, negou que exista em seu governo um "Orçamento secreto" e chamou de "canalhas" os jornalistas do jornal "O Estado de S. Paulo", que revelou que o governo reservou R$ 3 bilhões do Orçamento de 2020 para deputados e senadores aliados indicarem a destinação de recursos que culminou com esquema de superfaturamento na compra de tratores.
O suposto esquema de corrupção descoberto no governo Jair Bolsonaro não é muito diferente ocorridos nas eras Collor e PT, a única diferença do passado, é que as figuras políticas não são as mesmas, em compensação os partidos são.