Bolsonaro cria uma cortina de fumaça para abafar as notícias negativas vindas da CPI da Covid com depoimento de ex-ministros.
Presidente da republica Jair Bolsonaro, tenta tirar foco dos depoimentos da CPI, com ameaças ao judiciário e ataques a China. |
Toda vez que o presidente Jair Bolsonaro está sob pressão e acuado, seu discurso com um arroubo retórico autoritário entra em cena e aflora suas falácias ameaçadoras de vira-lata que ladra, mas não morde.
Os depoimentos dos ex-ministros da Saúde, Mandetta e Teich, na CPI da Covid revela que o presidente da República impedia as decisões técnicas na gestão da saúde, e aponta ainda, que a postura errática de Bolsonaro na pandemia levou o aumento considerável das mortes pelo vírus.
No discurso desta quarta-feira (5), no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro se superou, e viajou literalmente na maionese, ao ameaçar com indiretas a Suprema Corte do país, o STF, e atacar à China, ao sugerir que o coronavírus poderia ter sido criado em laboratório pelos asiáticos.
Contra o STF a estratégia de sempre, “ameaçar” baixar um decreto sobre o qual tem falado para garantir o direito de ir e vir, e levanta a voz “não ouse contestar”. Já adianta que não será revogado pela Justiça. E para garantir suas palavras que só ele e seus seguidores acham que são temerosas, coloca o Congresso Nacional como garantia de suas ameaças, ao afirmar: “Sei que o Legislativo não contestará”.
Logo um Congresso Nacional de bancada de Centrão, que reza todos os dias para os ministros do STF não desengavetarem os processos dos senhores deputados e senadores que dormem sossegados nas gavetas dos magistrados da Alta Corte. Esse é o Legislativo que Bolsonaro acha que pode garantir suas ações autoritárias.
A possibilidade de Bolsonaro baixar um decreto desafiando as decisões do Supremo Tribunal Federal de garantida a governadores e prefeito na pandemia, é zero. O presidente teme um processo de impeachment, assim como os deputados temem que ministros tirem das gavetas ações contra os membros do Legislativo.
Bolsonaro usa seu discurso como uma cortina de fumaça para abafar o inicio do incêndio provocado por depoimentos de ex-ministro da saúde do seu governo, que já o acusa de omissão na pandemia que já matou quase 420 mil brasileiros.
O que tudo isso revela é um presidente que se sente acuado, que está com medo de que a CPI chegue à comprovação de que ele único responsável pelo agravamento da pandemia no país. E isso, foi exposto hoje por Nelson Teich, como foi ontem por Luiz Henrique Mandetta: Bolsonaro atropelou a ciência, as decisões técnicas para impor ao país o peso das suas decisões erradas, e elas elevaram as mortes.