Na CPI: Ontem, Mandetta falou sobre as omissões de Bolsonaro. Hoje, Teich deve falar das pressões por Cloroquina e contra medidas restritivas na pandemia.
Ex-ministro da Saúde Nelson Teich depõem na CPI da Covid no Senado Federal. |
Ontem (4), no primeiro depoimento da CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta apresentou elementos que deixam expressas, mais uma vez, omissões do presidente Jair Bolsonaro diante de alertas sobre a gravidade da pandemia. Os quais Mandetta apontavam números catastróficos até dezembro de 2020, com até 180 mil mortes pela Covid. Errou, o ano terminou com 194 mil mortes hoje, passa de 410 mil e com previsão sinistra que deve passar de 500 mil até julho/2021.
Na CPI da Covid, Henrique Mandetta falou por mais de sete horas e disse que o presidente Jair Bolsonaro desprezou recomendações da ciência e que o presidente planejou mudar a bula da cloroquina como medicamento no tratamento da Covid, sem estudos que comprovasse sua eficácia, como comprovou que é uma droga inútil contra o vírus.
Para o Planalto a declaração de Mandetta sobre mudança na bula, se trata de falácias do ex-ministro por não ter mostrado indícios nem evidências da tentativa de torna a cloroquina um medicamento de prescrição contra a Covid-19. Porém mostrou a primeira prova das omissões de Bolsonaro, uma copia de uma carta enviada pelo ex-ministro da Saúde ao presidente da República, alertando da gravidade da pandemia e que Bolsonaro precisava mudar seu posicionamento ou caso contrário milhares irá perda suas vidas.
A carta, que traz a data do dia 28 de março e é assinada por Mandetta, endereçada a Jair Bolsonaro e entregue a CPI da Covid, recomenda mudança de postura do presidente na pandemia. “Recomendamos, expressamente, que a Presidência da República reveja o posicionamento adotado, acompanhando as recomendações do Ministério da Saúde, uma vez que a adoção de medidas em sentido contrário poderá gerar colapso do sistema de saúde e gravíssimas consequências à saúde da população”, diz trecho da carta, que já é considerada a primeira “prova” da omissão de Bolsonaro e um forte indicativo de que ele jogou contra o ministério no início da pandemia.
Hoje, é dia do ex-ministro da saúde Nelson Teich prestar depoimento à CPI da Pandemia a partir das 10h. Ele será o segundo ex-ministro do governo Bolsonaro a ser ouvido pelos senadores. Com menos de 30 dias na pasta, Teich terá muito que falar, é envolve o medicamento de estimação do presidente Bolsonaro, a Cloroquina.
Se o Planalto desprezou a fala de Mandetta, sobre mudança na bula da cloroquina para medicamento contra a Covid por não haver provas. O ex-ministro Nelson Teich tem mais a falar sobre o assunto. O motivo que levou Teich a pedir demissão em menos de 30 dias na pasta foi por se recusar a prescrever o medicamento ineficaz contra a doença, e mais, as pressões que o ex-ministro sofreu para que o ministério adotasse protocolo contras as medias de isolamento e distanciamento social adotada por governadores e prefeito para conter o vírus.
Pelo jeito Nelson Teich tem mais a falar que Mandetta que ficou mais de um ano na pasta da Saúde enfrentando dois inimigos, o vírus e o presidente Jair Bolsonaro.