A compra bilionária da vacina indiana Covaxin, tem potencial de levar o governo Jair Bolsonaro ao centro de mais um esquema de corrupção no país.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), teve empenho pessoal para compra de uma vacina indiana, que se quer, teria sido aprovado pela Anvisa. |
De tanto prometer que acabaria com a corrupção no Brasil o presidente Jair Bolsonaro acabou abraçando a prática corrupta para se segurar no poder. A quarta-feira (23), um aperitivo de tudo de ruim no governo Bolsonaro, veio à luz quando um servidor de carreira do Ministério da Saúde apresentou provas de um nebuloso esquema de superfaturamento para compra bilionária de vacina contra covid-19 que envolve diretamente o presidente da Republica.
Mas antes que caldo entornasse, e o caso da vacina Covaxin que custaria R$ 1,6 bilhão e ganhasse dimensão de esquema pesado de corrupção. O governo tentou uma cartada de liquidação de um dos seus ministros para tirar o foco do escândalo da vacina indiana que tem de tudo para fazer Brasília pegar fogo nas próximas semanas.
A queda do maior encosto das esplanadas dos ministérios no governo Bolsonaro, deixou a pasta do Meio Ambiente, o escudeiro mais leal do presidente, Ricardo Sales, caiu, e justamente no dia em que o Ministro do STF, Alexandre de Moraes determinou que o celular, do hoje, ex-ministro seja levado para os Estados Unidos para uma pericia minuciosa. Saída de Sales, a pedido, tem por trás, o temor de ser preso por determinação da Corte Suprema.
Salles está respondendo a denúncias de conluio com madeireiros para exportação de madeira extraída ilegalmente na Amazônia. O esquema teria rendido milhões a um escritório de advocacia da mãe do ex-ministro do Meio Ambiente. Dois delegados da PF que investigaram a ilegalidade do carregamento de madeira foram removidos de suas funções, mas as investigações continuam. Salles perdendo o foro privilegiado, a investigação deverá ir para a primeira instância, saindo do Supremo Tribunal Federal (STF).
Refém dos corruptos do Centrão algum tempo, Jair Bolsonaro que já perdeu o controle sob seu próprio governo e por consequência sua governança, ao ter um Legislativo, o manipulando e um judiciário podando suas asas autoritárias. Bolsonaro capenga para sobreviver no poder com ruas cada vez mais lotadas, pedindo o seu impeachment e de quebra sendo acuado pela CPI da pandemia que mantém constante pressão política, gerando desgaste, que agora, foca nos contratos da vacina indiana que tem potencial de ser o novo escândalo de corrupção na era pós Lava Jato.
E o novo escândalo de corrupção no caso da Covaxin, demonstrou que o governo Bolsonaro que esta cercado por corruptos, indica que a turma do ‘rapa tudo’ do Centrão não está disposto à arriscarem suas cabeças pelo chefão aloprado.
A desastrada entrevista do ministro Onyx Lorenzoni que usou um versículo da Bíblia para definir os que se opõem à atual administração como sendo os “dominadores do mundo das trevas” e “forças do mal”, ameaçou jogar céus e terra contra o servidor Luis Ricardo Miranda e o deputado Luis Miranda, que contaram ter avisado o presidente, em 20 de março, de pressões indevidas para a compra da Covaxin.
Lorenzoni, afirmou que os irmãos Miranda serão processados por produção de prova falsa e denunciação caluniosa. Porém em momento algum o ministro de Bolsonaro, indicou que o esquema seria investigado pela Policia Federal.
Ameaça do ministro de Bolsonaro de joga a PF sob os denunciantes do esquema da vacina indiana, levou o relator da CPI, Renan Calheiros, afirmar que a decisão do governo de não apurar o esquema e investigar os delatores é uma clara tentativa de coação de testemunhas e avisou que pode pedir a prisão do secretário-geral da Presidência da Republica, Onyx Lorenzoni.
O anúncio de Onyx no Planalto, de que mandou instaurar inquéritos contra os irmãos delatores, fere várias leis, inclusive a de Abuso de Autoridade, segundo Ministério Público, afirmou a um colunista O Globo, que “o presidente não se defende, e usa a CGU e a PF para intimidar uma testemunha. Isso é crime.”
O que mais chama atenção em toda essa historia, é que o presidente Jair Bolsonaro, havia afirmando que só compraria as vacinas que teria aprovação prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No caso da Covaxin, o trato foi muito diferente, o presidente autorizou a compra sem se quer ter passado pela Anvisa, e pior, a compra foi através de uma atravessador e não diretamente com os laboratórios, como feito por outros países interessados nas vacinas anti-covid.
Pelo jeito, a coisa não tem cheiro de corrupção, é corrupção.