Crise no clã Hagge pode abrir caminho para nova oposição e ameaçar a político do prefeito Eduardo Hagge em Itapetinga.
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Na imagem; líder opositora de Itapetinga Cida Moura (PSD) e o ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB), possível aliança política após ruptura com tio e atual prefeito de Itapetinga. |
O que parecia impensável há pouco tempo se tornou realidade: o clã Hagge vive sua maior crise interna. A relação entre o prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge, e seu sobrinho, o ex-prefeito Rodrigo Hagge, se rompeu de forma abrupta e inesperada, levando a uma reconfiguração do cenário político local. E, se essa ruptura parecia ser apenas um conflito familiar, ela tem potencial para revirar a política da cidade, com reflexos que podem ser sentidos muito além do núcleo da família.
A briga entre os dois não é apenas uma disputa pessoal, mas também uma jogada política de grandes proporções. O estopim do rompimento ocorreu quando Eduardo Hagge traiu o sobrinho, Rodrigo, ao romper politicamente com ele depois que Rodrigo anunciou que não o acompanharia nas eleições de 2026. Mais do que isso: Rodrigo, fiel aliado de ACM Neto desde 2022, afirmou que seguiria o caminho da oposição ao governo petista de Jerônimo Rodrigues e manteria seu compromisso com o ex-prefeito de Salvador. Para Eduardo, essa postura foi uma verdadeira traição, especialmente vindo de quem foi o principal articulador da sua chegada à prefeitura.
Os "gabirabas", como são chamados os seguidores da família Hagge, estão atônitos com a atitude do atual prefeito. Para muitos dentro do clã, a decisão de Eduardo de romper com o sobrinho é vista como uma ingratidão e um erro estratégico que pode fragilizar todo o grupo político que dominou a cidade por mais de quatro décadas. A gestão de Eduardo Hagge, por sua vez, está cada vez mais sendo comparada a um "carro desgovernado", sem rumo e direção, e sem o apoio da liderança do ex-prefeito Rodrigo, seu futuro político está em jogo.
Com esse cenário de crise interna, as expectativas sobre o futuro político do prefeito Eduardo Hagge ficaram ainda mais nebulosas. O principal prejudicado com a ruptura é Rodrigo, que tinha em seu tio um aliado crucial para sua candidatura a deputado estadual na Assembleia Legislativa da Bahia. Agora, sem esse apoio, sua trajetória está em risco. Sua ascensão política, que antes parecia certa, pode se esvair com a perda de aliados e recursos.
Entretanto, a verdadeira grande vencedora dessa disputa interna pode ser a líder opositora, Cida Moura. A fragilidade do prefeito Eduardo pode abrir espaço para Cida, que está se fortalecendo a cada dia com o enfraquecimento do clã Hagge. Nos bastidores, há rumores de uma possível aliança entre Cida e Rodrigo, o que poderia formar uma força política inédita em Itapetinga, capaz de colocar a administração de Eduardo em xeque. A união de Rodrigo e Cida é vista como uma resposta direta à era de domínio dos Hagge, e pode reconfigurar o cenário político da cidade de forma irreversível.
Para formar novo grupo, Eduardo Hagge rompe com gabirabas e abre os braços para opositores Click Aqui)
Essa aliança potencial é comparada a uma das mais emblemáticas reviravoltas políticas da cidade: a aliança entre José Otavio Curvelo (União Brasil) e Michel Hagge (MDB), que levou ao retorno do grupo dos gabirabas ao poder em 2017. A analogia não é por acaso. Se essa união entre Rodrigo e Cida se concretizar, a pressão sobre Eduardo será imensa, e ele poderá ser emparedado por uma oposição forte o suficiente para desestabilizar sua gestão e até mesmo ameaçar sua reeleição.
Mas as dificuldades de Eduardo não param por aí. O prefeito também perdeu o controle da Câmara de Vereadores, onde agora não tem mais a maioria. O que parecia ser uma base sólida de apoio, formada por vereadores alinhados a ele, se desfez. Ao tentar atrair figuras derrotadas nas últimas eleições para seu lado, Eduardo acabou alienando aqueles que, até então, eram seus aliados fiéis. O desprezo por vereadores que o apoiaram em sua última campanha pode ser o que acirrou ainda mais os ânimos na Casa Legislativa. O movimento de Eduardo em busca de apoio entre os derrotados gerou uma reação negativa dos vereadores com mandatos, muitos dos quais são simpatizantes de Rodrigo e Cida.
Com essa massa de vereadores insatisfeitos e alinhados à oposição, o prefeito corre o risco de ter sua administração paralisada. A insatisfação crescente na Câmara pode gerar um bloqueio nas ações do Executivo, prejudicando ainda mais a imagem do prefeito e sua capacidade de governar. O que era para ser uma articulação política para reforçar seu governo, acabou se tornando uma armadilha que pode levar o prefeito a uma situação de total fragilidade política.
Prefeito Eduardo Hagge sofre dura derrota na Câmara com derrubada de vetos (Click Aqui)
O clã Hagge, que dominou a política de Itapetinga por mais de 40 anos, agora vive sua maior crise interna. A briga entre Eduardo e Rodrigo não é apenas um reflexo de uma rivalidade familiar, mas também uma ameaça ao legado de poder que os Hagge construíram ao longo das últimas décadas. A possibilidade de uma aliança entre Cida Moura e Rodrigo Hagge, se concretizada, pode representar o fim de uma era e o início de um novo ciclo político na cidade, com o enfraquecimento de um grupo político que parecia invencível.
A partir de agora, a política de Itapetinga está prestes a vivenciar um momento de reconfiguração. A rivalidade entre os Hagge e a oposição liderada por Cida Moura pode não só emparedar o governo de Eduardo, mas também preparar o terreno para novas alianças e disputas que moldarão os rumos da cidade nos próximos anos. O futuro de Itapetinga, agora, parece estar nas mãos de um jogo de traições, alianças inesperadas e, claro, muita rivalidade política.
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